O Cubo Itaú, hub latino de fomento ao empreendedorismo tecnológico, ao lado da Dexco, EZTEC, Gerdau, Itaú, Itaú BBA, MPD Engenharia e Saint-Gobain, acaba de lançar o Cubo Construliving, iniciativa focada em criar experiências inovadoras na cadeia de construção e da habitação no ecossistema da região. Por meio de curadoria, conexão dos principais players e geração de negócios, o desenvolvimento dos setores de construção civil e habitação será impulsionado.
O Cubo Construliving tem a expectativa de crescer em 300% o número de startups na comunidade em seu primeiro ano de atuação. Soluções nos segmentos de projeto, viabilidade, construção, aquisição e habitação estão no radar. “Entendemos que os setores de construção civil e habitação ainda possuem desafios grandes de integração dos players da cadeia e transformação digital. E nossa experiência mostra que por meio dos hubs, ganhamos profundidade, conhecimento e acesso a talentos com expertises e visões complementares para compreender melhor os obstáculos do setor e encontrar soluções mais precisas”, conta Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú.
Segundo o Mapa das Construtechs e Proptechs 2022, produzido pela Terracotta Ventures, os últimos 6 anos apresentaram um crescimento de 282% no número de startups ativas que atuam no setor. O ano passado marcou 955 startups ativas operando ao longo de todo ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso. Além disso, em 2021 houve um crescimento de 11,6% no número de rodadas de investimento em startups desses setores. Por fim, São Paulo aparece como o estado que se destaca em quantidade de startups ativas (43,12%).
No Brasil, aproximadamente 84% das pessoas vivem em áreas urbanas, mostra um estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (IBGE). Com esse alto número de habitantes, há consequentemente uma série de desafios a serem resolvidos pelas companhias e que podem usar a tecnologia como aliada. Uma pesquisa feita pelo Datafolha com o Quinto Andar revela que 87% dos entrevistados têm o sonho da casa própria. “Só por esses dados já fica evidente a oportunidade que temos de ter no Cubo o hub de conexão dessas startups com as grandes empresas estabelecidas em suas áreas de atuação e que contam com a inovação para se adaptarem às novas demandas e realidades de mercado. O Cubo Construliving é a plataforma ideal para que possam atuar em conjunto, com projetos que impactam não só o setor, mas o ecossistema de inovação e sociedade como um todo”, complementa Costa.
Para as empresas participantes, o Cubo Construliving também é uma oportunidade de acessar startups não só da América Latina, mas de diversas partes do mundo, além de fazer parte de eventos e programas da comunidade.
Desafios
Um dos objetivos da Dexco, maior empresa produtora de painéis de madeira industrializada do Brasil, referência na produção de louças e metais sanitários no hemisfério Sul e uma das maiores fabricantes de revestimentos do país, é protagonizar a transformação do setor de materiais de construção, decoração e reforma. Para isso, a companhia tem o desafio de melhorar a eficiência das suas operações e aprimorar a jornada de consumo dos seus clientes e consumidores, entregando o propósito de oferecer soluções para melhor viver.
Desta forma, a Dexco busca, junto ao hub, fomentar conexões estratégicas para o desenvolvimento de iniciativas e soluções que possam trazer mais inovação a um dos setores que é conhecido por menos inovar, o da construção civil. A companhia deseja mapear startups aderentes às suas duas frentes de Inovação Aberta: Open Dexco, programa de inovação aberta para solucionar problemas de ineficiência por meio do relacionamento com startups, e o DX Ventures, Corporate Venture Capital para investimento em startups que tenham fit estratégico com a empresa.
“A Dexco deseja impulsionar, cada vez mais, a cultura de inovação aberta e oxigenar os colaboradores com novos conhecimentos para explorarmos novos conceitos de forma ágil. Assim, o Hub será um aliado na identificação de tendências de consumo, ferramentas e novos processos. A empresa tem um forte viés industrial, mas estamos transformando nossa cultura com foco em transformação digital e colocando o consumidor no centro da nossa estratégia”, explica Daniel Franco, diretor de TI, Desenvolvimento de Negócios, Inovação e Growth.
No caso da EZTEC, construtora e incorporadora brasileira de empreendimentos comerciais e residenciais nos padrões econômico, médio e alto, fazer parte da iniciativa é uma oportunidade de contribuir para a modernização do setor da construção civil, quebrando paradigmas e transformando a construção, administração e venda de imóveis. Por meio do Cubo Construliving, a empresa busca novas oportunidades de negócio e parcerias que contribuam para potencializar o Inova EZ – um dos principais vetores de transformação digital da empresa.
“Estamos vivendo um momento de transformação na empresa e acreditamos que, a partir dos relacionamentos que serão construídos por meio do Cubo Construliving, melhoraremos os nossos processos e aumentaremos a satisfação dos nossos clientes. Nosso objetivo é consolidar novas parcerias e aumentar o portfólio de mais de 30 startups que já estão conectadas ao nosso negócio, reforçando os pilares da nossa cultura organizacional – pessoas, resultados e excelência.”, afirma Flávio Ernesto Zarzur, vice-presidente executivo da EZTEC e presidente do Conselho de Administração da Companhia.
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, busca, a partir da experiência com o Cubo Construliving, intensificar ainda mais suas conexões com o ecossistema de construtechs do país, explorando oportunidades de negócios que contribuam para o desenvolvimento da indústria da construção. A companhia acredita genuinamente na inovação aberta e desenvolve novos negócios adjacentes ao aço por meio da Gerdau Next, suportando empreendedores e, também, por meio de parcerias com grandes empresas do setor. “Construtech é um dos quatro clusters estratégicos da Gerdau Next, divisão de novos negócios complementares ao aço da Gerdau, e tem a missão de contribuir para a industrialização, modernização, digitalização e redução do déficit habitacional no setor da construção. Com essa iniciativa, visamos gerar ainda mais valor para toda a cadeia deste segmento, buscando em conjunto melhorias de produtividade, eficiência e práticas mais sustentáveis”, afirma Juliano Prado, vice-presidente global da Gerdau.
O Itaú Unibanco, banco digital com a conveniência do atendimento físico, tem como etapa inicial a aproximação de startups, empresas do setor e parceiros do Cubo Construliving para mapear oportunidades de inovação para habitação, além de um mapeamento para conectar negócios. A aproximação entre players que possam otimizar processos e melhorar a jornada de seus clientes é um dos principais interesses da instituição. A expectativa é se relacionar com mais de 90 startups até dezembro desse ano e dar início a duas POCs (Prova de Conceito).
“Nos últimos anos, evoluímos significativamente na busca por inovações associadas a jornadas mais simples, ágeis e digitais no segmento imobiliário, sempre baseados nas necessidades dos nossos clientes. Neste contexto, temos cada vez mais avançado na integração entre as ações do Itaú BBA para incorporadoras e as do Itaú Unibanco para clientes finais, com o propósito de unir forças, conhecimento e oferecer a melhor proposta de valor de financiamento e serviços em todas as etapas. Com o novo hub do Cubo, teremos uma gama enorme de possibilidades de parcerias com startups e empresas de referência que trabalham neste mesmo compromisso para alavancar ainda mais o setor e auxiliar nossos clientes na conquista de seus objetivos”, afirma Thales Ferreira Silva, diretor de Crédito Imobiliário e Consórcio do Itaú Unibanco.
Em complemento, o Itaú BBA, maior corporate e investment bank da América Latina, está em busca de dados e soluções que permitam desenvolver novos produtos e melhorar a experiência dos clientes. “Temos uma estrutura de produtos e vendas especializada no mercado imobiliário nacional com uma atuação integrada do financiamento à construção ao financiamento à aquisição pela pessoa física. Essa visão completa da jornada do cliente nos permite mapear e identificar dores que possam ser solucionadas a partir desse novo ecossistema junto com os nossos parceiros”, Bruno Bianchi, diretor comercial do segmento Imobiliário no Itaú BBA.
Para a MPD Engenharia, construtora e incorporadora com mais de 40 anos de história, reconhecida entre as 10 maiores construtoras do Brasil e com atuação em diversos segmentos, com destaque para residencial, comercial, e hospitalar, o Cubo Construliving deve otimizar as iniciativas por meio da conexão com ecossistema de construtechs e proptechs, ampliando o número PoCs com startups que tragam soluções para aumento da eficiência operacional dentro dos canteiros de obras e backoffice.
“Ao lado das demais empresas do hub queremos ser agentes de transformação do segmento que possui diversas oportunidades em temas como industrialização, sustentabilidade e transformação digital”, afirma Mauro Piccolotto Dottori, presidente do conselho de administração da MPD Engenharia.
Para o Grupo Saint-Gobain, líder em construção sustentável que projeta, fábrica e distribui materiais e serviços para construção e indústria, o hub é uma força motriz necessária para impulsionar, ainda mais, esse importante movimento do setor. “A união das empresas do segmento permitirá a mobilização da cadeia para enfrentar desafios de industrialização e digitalização, em conjunto com o amadurecimento do ecossistema de startups, trazendo soluções inovadoras para dinamizar positivamente a evolução de toda a cadeia de valor”, ressalta Javier Gimeno, vice-presidente sênior e CEO região Latam da Saint-Gobain.
Futuro do setor
O projeto Construção 2030, desenvolvido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o SENAI, traz um olhar para o futuro da construção no mundo e os cenários para o Brasil dentro de alguns pilares, como habitação. Uma das previsões aposta que habitações do futuro combinadas com uma cultura de morar provisório farão surgir formas integradas de coliving, coworking e colearning. Nos novos espaços habitacionais do futuro surgirá uma nova sociologia das interações entre seres inteligentes, naturais e artificiais que ainda precisa ser estudada e compreendida. Isso também se deve às relações sociais mais ricas, uso racional de recursos, redução do custo de propriedades e uso racional do tempo.
Ainda segundo o estudo, o planejamento das cidades ficará mais inteligente e sistêmico, atendendo necessidades coletivas e individuais como elementos dinâmicos da vida dos espaços urbanos. Com isso, novas formas de urbanização serão suportadas pelas redes de informações massivas e pela Internet das Coisas (IoT). Construções ativas, adaptativas e regenerativas tornarão a setorização urbana dinâmica reconfigurável e adaptável.
O futuro da construção também passa por medidas de incentivo à modernização e industrialização do setor, por meio da intensificação do desenvolvimento de novos métodos construtivos. O emprego de uma construção industrializada, a qual deve se tornar uma prática mais frequente ao longo dos próximos anos, contribui para reduzir os prazos de finalização das obras e aumentar a eficiência de processos e o controle de qualidade e de custos, bem como promove um processo cada vez mais sustentável. Estudos indicam que o desperdício de materiais em obras pode chegar a 8%, enquanto o desperdício em projetos envolvendo construção modular em aço pode ficar abaixo de 2%.