Os apartamentos tipo estúdio estão se tornando cada vez mais populares nas grandes metrópoles e principalmente no Rio. Em levantamento feito pelo Secovi-Rio, ficou registrado que houve um crescimento de 35% no número de unidades do tipo estúdio lançadas na cidade em dois anos. As vendas também estão indo bem, o crescimento no mesmo período foi de 27% de unidades residenciais de estúdios vendidas. Como base de comparação, na outra ponta, o número de imóveis de quatro quartos lançados no Rio diminuiu quase 40% entre 2021 e 2023.
A alta procura por este tipo de imóvel na Cidade Maravilhosovem sendo observada desde 2018, quando houve a revisão das normas do Código de Obras da cidade. Possibilitando a construção de apartamentos significativamente menores do que o estabelecido anteriormente pela legislação urbanística. O primeiro estúdio lançado após a revisão da norma foi o Bossa 107, em 2018/2019, em Ipanema, pela Bait Incorporadora.
Os dados do Censo divulgados pelo IBGE comprovam a tendência. O estudo revela que o número de pessoas morando sozinhas cresceu em todas as faixas etárias no país, ao todo, são 14 milhões de lares habitados apenas por uma única pessoa. Na análise, o cenário se dá por uma transformação cultural em curso no país. De uma maneira geral, os brasileiros estão se casando mais tarde, e 20,2% dos lares são de casais sem filhos, de acordo com a última pesquisa. O índice de casais sem filhos era de 16,1%.
Todas essas mudanças comportamentais refletem no mercado imobiliário. Além da procura por um residencial que ofereça serviços e especialmente, uma localização que proporcione fácil acesso ao trabalho e à educação, os microapartamentos ganharam destaque por oferecerem vantagens dentro do próprio prédio, como áreas de coworking, lavanderias e espaços para pets.
Porém, engana-se quem pensa que esse tipo de imóveis menores está destinado apenas para médio padrão. Há um movimento crescente de incorporadoras que apostam em produtos menores, focados no público exigente de luxo. Boa parte para investimento, outra para primeira moradia de jovens, famílias sem filhos ou idosos. E também para a locação por temporada, facilitada por plataformas como Airbnb e Booking, entre outras.
“Daqui para frente teremos que estar aptos para encarar um update constante desse novo modelo de consumir imóvel, mais compacto e com diferenciais de destaque que influenciam diretamente na decisão de compra”, diz Vasco Rodrigues, CEO da Fator Realty, que lançou um empreendimento com apartamentos tipo studio no bairro do Humaitá, no Rio, e teve grande parcela deles adquiridas por estrangeiros.
Mercado vai aquecer ainda mais
A tendência de investir nesse tipo de imóvel também se comprova por meio de levantamento. A intenção de adquirir um imóvel nos próximos doze meses, visando investimento, faz parte dos objetivos de 29% dos brasileiros, especialmente entre aqueles na faixa etária de 25 a 34 anos, que pertencem à geração dos millennials. Os dados são da pesquisa realizada pela startup Loft, em parceria com a Offerwise.