As Cidades Inteligentes ou ‘Smart Cities’ já são tendência em diversos lugares do mundo. O conceito se enquadra em construir cidades eficientes, conectadas e ligadas à sustentabilidade por meio de inovações tecnológicas. O projeto busca proporcionar uma urbanidade que promova o desenvolvimento do ser humano, com o uso de recursos naturais de forma sustentável e ainda traga frutos para a economia local. Segundo a Organização das Nações Unidas (0NU), 55% da população mundial vive em zonas urbanas, mas a perspectiva é que esse número aumente e chegue em 70% até 2050. A projeção do crescimento geral da população com a urbanização adicionará mais 2,5 bilhões de pessoas nas próximas três décadas.
Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da Anhanguera, Gláucio Teixeira Alves, para evitar um colapso e, ainda, promover a otimização da mobilidade e da sustentabilidade são necessárias políticas públicas que tragam abordagens geográficas e de desenvolvimento social. “Para que as cidades sejam mais sustentáveis e mais justas é de suma importância o investimento em tecnológica, pois essas ferramentas irão contribuir para melhorar as condições de desenvolvimento das áreas urbanas. Contudo, esse conceito é muito amplo e se estende também para as políticas públicas destinadas a combater o desiquilíbrio ambiental e socioeconômico em que se encontra as grandes cidades nos dias de hoje.”, explica Gláucio.
Novas práticas ligadas à mobilidade urbana
Uma das frentes do conceito de ‘Cidades Inteligentes’, a mobilidade urbana é um dos grandes desafios para o projeto sair do papel. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), países de baixa e média renda concentram quase 90% das lesões causadas por acidentes automotivos, sendo que detém apenas 54% da frota global de veículos. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que 45 mil pessoas morrem por ano em situações acidentais no trânsito. Nesse sentido, a ‘cultura do automóvel’, que significa menor utilização dos transportes públicos, é um dos maiores desafios para o futuro das cidades que causa consequências ruins como: trânsito, acidentes, superlotação do transporte público e poluição.
Algumas medidas podem ser tomadas para uma melhor acessibilidade no futuro, como a redução do número de automóveis, melhoria do transporte público, aumentar as ciclovias e a promoção de parques e estacionamentos nas regiões periféricas da cidade (park-and-ride). “As cidades devem se adequar as demandas atuais onde a importância pela qualidade de vida das pessoas deve estar em primeiro lugar. Assim, essas premissas irão contribuir para tornar as cidades mais inclusivas e justas. Logo, com essas atitudes se tornaram menos desiguais, acessíveis e mais sustentáveis.”, completa Gláucio.