Os aluguéis comerciais no Brasil tiveram a sua maior alta em uma década em 2024 – impulsionado pelas empresas que têm retornado com suas operações na modalidade presencial. O índice FipeZAP, que monitora o custo de salas comerciais de até 200m2 em 11 grandes cidades, registrou um aumento de 8% nos aluguéis – o que supera a inflação oficial do ano passado, que foi de 4,83%.
“O problema é que nos anos subsequentes à pandemia várias empresas reduziram drasticamente seu espaço físico. Voltar à operação presencial significa que as empresas precisarão realocar as pessoas sem redimensionar o espaço de maneira significativa, já que uma renegociação no preço do aluguel neste momento pode levar a um aumento expressivo”, pondera Inon Neves, vice-presidente da Access. “A saída fica por conta da otimização do espaço existente, o que pode significar desde uma mudança de layout interno até a realocação de documentos físicos entre as duas principais soluções”, explica.
A demanda repentina por espaços comerciais maiores ou mais bem localizados pressionou os preços dos imóveis, criando um ciclo de alta que não deve se estabilizar tão cedo. Além disso, a busca por imóveis que atendam às novas exigências de segurança e bem-estar dos funcionários, como áreas de circulação mais amplas, sistemas de ventilação aprimorados e facilidades de acesso, contribuiu para a escassez de ofertas e, consequentemente, para o aumento dos preços.
Soluções para a falta de espaço
De acordo com a AIIM (Association for Information and Image Management), entre 10% e 30% do espaço de um escritório pode estar ocupado por armazenamento de documentos físicos.
“Nesse contexto, temos visto que muitas empresas adotam como alternativa a terceirização da guarda de documentos. Historicamente, Historicamente, muitas empresas mantinham grandes arquivos físicos em seus escritórios – e, embora uma parte desses arquivos tenha sido digitalizada ou terceirizada após a pandemia, muitas organizações ainda mantêm esse arquivo físico. A busca por esses serviços continua sendo uma das principais”, pontua Neves.