Apesar de ainda vivermos a chamada Indústria 4.0especialistas já começam a afirmar que estamos entrando no que podemos chamar de 5ª Revolução Industrial, um momento guiado pelos avanços em inteligência artificial (IA) e sua variante generativa (GenAI). Pensando no protagonismo dessa nova tecnologia, Narzio Rodrigues, Head de Hyperautomation & Customer Experience na consultoria de tecnologia e negócios da Certsys, indica uma tendência de aliança das GenAIs com a automação e o RPA (Robotic Process Automation), de forma a impulsionar e reinventar os negócios daqui pra frente.
“A IA Generativa é, atualmente, a principal protagonista do cenário de mudança do mundo, quando falamos em tecnologia e negócios. Certamente, os avanços que estamos presenciando neste momento, serão parte de grandes transformações que veremos no mercado, em um contexto muito amplo”, comenta Narzio. Hoje temos organizações desenvolvendo soluções para facilitar o acesso de empresas menores e tantas outras desenvolvendo soluções personalizadas para que as IAs façam de tudo, tais como: a criação de textos, imagens, revisão de documentos, vídeos com propósitos variados de interação com pessoas, passando por soluções de relacionamento (como assistentes virtuais avançados) buscando principalmente impactar seus usuários e clientes.
O leque de possibilidades e aplicações é gigantesco, mas apesar de todas essas possibilidades, para o especialista, o potencial das GenAIs, é que irá torná-la essencial para os negócios de toda e qualquer empresa. “A proposta é que as IAs generativas colaborem com a construção de automações cada vez mais competentes, munidas de conjuntos de dados, se tornando capazes de simular uma resolução humana cada vez melhor, mais rápida e de forma simultânea em diversos processos”, explica ele.
“Apenas para citar um exemplo, sabemos que o RPA (Robotic Process Automation) resolve sozinho muitos problemas, mas a possibilidade de integração com o ChatGPT, cuja capacidade de geração de linguagem natural é evidente, nos oferece uma automação de ponta a ponta muito mais robusta e inteligente. Em uma experiência de assistentes virtuais para atendimento ao cliente, por exemplo, temos um ganho gigantesco no quesito personalização, eficiência, e consequentemente na melhoria da experiência do cliente como um todo.”, comenta Narzio.
Como ferramenta tecnológica, as GenAIs levantam e analisam dados de forma rápida para alimentar os processos automatizados de maneira mais eficiente, e esse tipo de ferramenta é extremamente adaptável a diferentes cenários e propósitos. “Negócios de diferentes tipos poderão se beneficiar de transformações digitais cada vez mais velozes, completas e de implementação mais rápida e adaptável”, detalha o especialista. “Além disso, a autonomia dos robôs irá se expandir, permitindo que o potencial humano se dedique cada vez mais a tarefas criativas, de resolução de problemas e focadas no crescimento das organizações. Estamos falando aqui de um ganho de produtividade e eficiência, ou seja, tarefas que podem ser automatizadas deixarão de ser uma preocupação cotidiana.
Além disso, para o especialista, novas profissões irão surgir para atender a demandas muito mais complexas, e tantas outras ligadas ao gerenciamento e análise de tarefas, robôs e do aprendizado das próprias IAs. “Estamos diante de uma peça fundamental do futuro tecnológico. Tudo irá girar em torno das IAs generativas, e elas nos levarão a um novo patamar de manipulação de dados e tomadas de decisão. O que estamos vendo é só o começo”, finaliza.
Mercado atual
Segundo a Salesforce, 57% dos líderes seniores de TI acham que a GenAI é um ponto de virada na realidade de negócios e tecnologia. Não é à toa que a Microsoft revelou que investirá US$ 10 bilhões por uma participação na OpenAI e o Google já investiu quase US$ 400 milhões na Anthropic. Organizações de todos os tipos de tamanhos não param de se focar em IAs generativas, e os resultados já são visíveis em muitas instâncias.
“As mudanças já estão acontecendo”, comenta Narzio. O mundo inteiro tem seus olhos voltados a IA Generativa. A União Europeia (UE) já criou e continua a investir em legislações voltadas a desenvolvedores de IAs envolvendo direitos autorais. “O Brasil não fica para trás, pois já no começo de maio de 2023, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apresentou um projeto de lei para instituir um marco legal da inteligência artificial, mostrando o interesse do nosso País em sair na frente com relação à tecnologia, não só em desenvolvimento.”