No dia 25, moradores de um condomínio de São Paulo acusaram publicamente o síndico profissional que prestava serviços para o local de desaparecer após desviar R$ 200 mil da conta do condomínio. Mas o que fazer para evitar esse tipo de golpe? De acordo com André Fernandes, advogado e professor do curso GP Academy, que oferece formação a quem deseja se tornar síndico profissional, os condôminos devem ter cautela antes da contratação, como, por exemplo, pesquisar o histórico daquele profissional e/ou empresa de administração que oferece o serviço.
“Por meio de sua administradora ou de algum condômino de conselho, deve-se apurar o histórico daquela empresa em termos de ações judiciais, de problemas com ações não só cíveis, como os criminais também. É muito importante fazer esse levantamento ou até mesmo obter certidões negativas para se apurar a idoneidade do profissional da empresa que está se apresentando para administrar o patrimônio de todos”, ressalta Fernandes. Ele acrescenta que existem até mesmo empresas e profissionais especializados que podem prestar essa assessoria.
Além disso, o professor da GP Academy explica ser necessário exigir que o profissional apresente os condomínios que ele presta serviço atualmente ou no passado na proposta para o condomínio. De acordo com ele, isso possibilita que os condôminos possam entrar em contato para confirmar se as informações são verdadeiras, o histórico de eficiência e de idoneidade. “Realmente, é importante apurar isso antes da contratação, até mesmo para saber se aquela empresa, se aquele profissional, seja pessoa física ou jurídica tem referências. Também se ele tem prestado um bom serviço. Essas questões são importantes”, afirma.
Como evitar golpes de dinheiro em condomínios?
Segundo André Fernandes, existem as vantagens em se contratar um síndico profissional, até porque eles estão se qualificando cada vez mais. “As ações dos síndicos profissionais, hoje, acabam contribuindo para uma maior eficiência dos gastos do condomínio. São profissionais dedicados exclusivamente a essa função importantíssima que é de administrar um patrimônio de todos”, destaca.
No entanto, para se evitar golpes financeiros, o advogado afirma que são necessários mais vigilância e controle do que a normalmente tomada em relação ao síndico morador. “Os condôminos devem fiscalizar efetivamente as contas, seja com síndico, dito profissional ou morador, principalmente quando há uma conta bancária aberta em nome do próprio condomínio, eis que esta é mais suscetível a desvios do que a conta da empresa administradora do condomínio. Deve haver também um acompanhamento mensal do movimento e caso apresente qualquer indício de movimentação suspeita, principalmente de valores maiores, sem nenhuma justificativa, isso tem que ser imediatamente levado primeiro aos membros do conselho fiscal para apuração e eventuais esclarecimentos perante ao síndico, e, posteriormente, a depender das circunstâncias, para os demais condôminos. Esse é um dever, inclusive, dos conselheiros, de mensalmente acompanhar essa movimentação bancária e contábil do condomínio”, explica Fernandes.
Além disso, serviços contratados e prestados também devem ser acompanhados. “Se o síndico determinar o pagamento a uma determinada empresa, num valor de ‘X’, condôminos devem checar se realmente essa empresa prestou o serviço, se de fato seguiu os trâmites, se era uma obra emergencial ou uma obra que dependeria de aprovação prévia da assembleia, etc., tudo para minimizar os riscos de desvios ilícitos ou de mau uso dos recursos do condomínio. A vigilância deve permanecer em relação a qualquer administrador do condomínio”, reitera o professor da GP Academy.