Os gastos da atmosfera condominial são uma das maiores preocupações na gestão de qualquer síndico ou administradora. Sem dinheiro, os pagamentos em atraso viram rotina e o condomínio entra no vermelho, o que impossibilita a realização de qualquer melhoria que venha a valorizar o residencial. Por isso, qual é a primeira coisa que se pensa quando isso acontece? Certamente, como reduzir gastos no condomínio.
Contudo, sabemos que isso não é uma tarefa simples. Não existe um cronograma milagroso a ser seguido. Cada condomínio é um caso específico, que possui sua própria cota condominial para cobrir as despesas.
Porém, existem algumas ações que auxiliam para que que o síndico não entre nesse abismo. Em outras palavras, não deixar o condomínio no vermelho e conseguir realizar melhorias.
Que tal descobrir como?
Para ajudar nessa tarefa, batemos um papo com a administradora de empresas Rosa Nascimento, que já prestou assessoria condominial, e listou algumas dicas para reduzir os gastos no âmbito condominial.
Dessa forma, o síndico não fica sem dinheiro para pagar as contas, e não precisa aumentar a cota ata realizar melhorias. Além disso, evita a cobrança de taxas extras e não deixa o condomínio muito caro.
Quais são os principais gastos de um condomínio?
Rosa Nascimento afirma que: “primeiramente cada condomínio tem a sua prestação de contas e seu controle de gastos. Dessa forma, os custos do condomínio dependem do porte e de sua infraestrutura”.
Mesmo assim, de maneira geral, os principais custos de um condomínio são:
- 40% a 50% com folha de pagamento;
- 20% a 30% com consumo de água, energia elétrica, gás e telefone;
- 10% a 15% com manutenções, elevadores e seguros;
- Aproximadamente 10% com despesas administrativas, bancárias, fundo de reserva e pequenos reparos.
Sendo assim, uma coisa é fato: Um condomínio sem dinheiro não paga as contas e muito menos realizará qualquer ação em prol de sua valorização.
Por que é importante reduzir gastos no condomínio?
Para esclarecer, a administradora diz que os gastos são um dos principais fatores para o valor do condomínio ficar caro. Em outras palavras, se há uma alteração nos custos e estes sobem, o valor do condomínio também aumentará.
Isso afeta diretamente a alta inadimplência dos moradores. O que acontece quando a inadimplência sobe?
Os condôminos que pagam em dia assumem o valor em aberto. E porquê?
Para não faltar dinheiro para pagar as contas!
Portanto, quando os custos de um condomínio são altos, ele vira uma verdadeira bomba-relógio.
Ações práticas para minimizar gastos no condomínio
Quando o condomínio fica sem dinheiro, a primeira opção é emitir cotas extras. Contudo, esta é uma alternativa que causa insatisfação coletiva. Além disso, a convivência fica difícil e o síndico passa a ser cobrado.
Por outro lado, como gestor ele precisa do fluxo de caixa para pagar as contas. Sendo assim, confira a seguir o que pode ser feito nessas situações, que ajudarão não só a tirar o condomínio do vermelho, mas também a gerar dinheiro para ações de melhoria e valorização.
Conheça as contas do condomínio
Quando o objetivo é reduzir gastos ou realizar melhorias no condomínio, antes de tudo, deve-se conhecer as contas.
Sendo assim, o síndico consegue identificar onde o condomínio gasta mais.
“Essa análise se faz importante para que o síndico consiga saber onde e como os recursos à disposição do condomínio estão sendo utilizados. Depois disso, tomar as decisões para reduzir os custos do condomínio”, reforça a administradora Rosa Nascimento.
Quando o gestor não está ciente dos gastos, este não consegue adotar medidas que realmente funcionem.
Assim, se faz imprescindível conhecer as contas detalhadamente, para ajudar na redução dos custos no condomínio.
Além disso, a prestação de contas fica bem mais transparente quando se conhece as contas.
Planeje e Organize
Planejar e organizar é fundamental para investir em melhorias.
Esses fatores possibilitam uma melhor gestão dos recursos disponíveis. Sobretudo para evitarem surpresas financeiras desagradáveis. Por exemplo: falta de dinheiro para pagar as contas ou funcionários.
Quando esses problemas surgirem, uma das primeiras ações para resolver a questão é aumentar a cota condominial. Contudo, como dito anteriormente, isso causa insatisfação entre os condôminos.
Dessa forma, planejar e organizar são essenciais para o investimento em melhorias, controlando e reduzindo os gastos. De fato, estão entre as primeiras ações para tirar o condomínio do vermelho.
Faça planejamento de compras
Evitar pequenas despesas ajuda na redução de gastos em melhorias no condomínio. Pequenos gastos quando se acumulam, tornam-se uma grande despesa.
“Comprar em pequenas quantidades fica mais caro.Uma boa dica é fazer uso de checklist no momento de fazer as compras dos produtos utilizados no condomínio” afirma Rosa Nascimento.
Comprar no atacado sempre que possível. Principalmente os materiais de uso diário, ou até mesmo itens de manutenção, como lâmpadas e cabos.
Não deixe de avaliar o custo benefício também. Alguns produtos um pouco mais caros, duram ou rendem mais.
Em outras palavras, olhar só para o preço não significa que vai reduzir os gastos. Pelo contrário, pode até aumentar!
Incentive a participação dos moradores
Incentivar a participação dos condôminos nas tomadas de decisões do condomínio é muito importante.
A participação do morador por campo de afinidade, ou seja, conforme a vocação dele, auxilia para uma gestão condominial melhor.
Por exemplo, um contador pode auxiliar no acompanhamento das finanças e ajudar a minimizar gastos no local.
Sobretudo, quando os moradores se tornam agentes ativos na administração do condomínio, melhora a percepção sobre o trabalho exercido pelo síndico.
Tenha um bom orçamento anual
A construção de um bom orçamento anual permite que o investimento em melhorias voltadas à valorização ocorram, em outras palavras, poucos serão os imprevistos durante o período de revitalização.
Além do mais, um bom orçamento é fundamental para a manutenção da saúde financeira do condomínio, seja para este não entrar no vermelho, ou para o investimento em melhorias.
Todas essas ações contribuem para uma gestão transparente em prol de melhorias que possam valorizar o local, sem interferir diretamente nas cotas condominiais.
Uma gestão transparente transmite mais confiança aos moradores. Possibilita também que eles estejam cientes das contas condominiais com maior exatidão e colaborem nas ações de redução de custos no condomínio, auxiliando em possíveis melhorias.
Sobretudo nas ações que dependem diretamente deles como, por exemplo: economia de água, energia elétrica e limpeza das áreas comuns.