Falatório, latido de cachorro, arrastar de móveis, aparelhos eletrônicos com volume acima do permitido e em horários inapropriados e até reformas dentro dos apartamentos. Não faltam motivos para os inconvenientes que tiram o sono e a paz entre os vizinhos e são responsáveis por 87% das reclamações em condomínios, segundo levantamento realizado pelo aplicativo LAR.app, de administração condominial.
Violações a normas de convívio costumam atormentar muitos quem vive em condomínios. Nosso lar é um local de descanso e lazer, e é muito ruim nos sentirmos desrespeitados por condutas que atrapalham a nossa paz de espírito. Os síndicos, por sua vez, além de atarefados com diversas outras atribuições, se veem limitados pela convenção do condomínio ou pelas decisões de assembleias.
Como mediadora, eu sempre acredito no diálogo como melhor remédio, por isso, o primeiro passo é tentar conversar com o vizinho e explicar como o comportamento dele impacta o seu bem-estar, de forma amistosa, sem acusações.
Atendi um caso de uma moradora atormentada pelos barulhos constantes vindos do apartamento de cima. Por meses ela sofreu e sentia muita vergonha quando recebia visitas. E, através da mediação, ela descobriu que os vizinhos tinham um filho com autismo e foi convidada a visitar o apartamento de cima para conhecê-la. Por isso, reforço a importância do diálogo.
Nesse exemplo, ao compreender a situação de seus vizinhos, a moradora passou não apenas a tolerar o barulho, mas a não se importar mais com ele. E a convivência dos dois tornou-se amigável.
Isso mostra como uma mediação profissional é uma excelente ferramenta para restaurar e melhorar a comunicação entre os envolvidos porque mediadores capacitados constroem as soluções com as pessoas e desta forma, o convívio tende a ser harmonioso e respeitável dali para frente. E isso é essencial na vida em condomínios porque essas pessoas, provavelmente, continuarão convivendo por anos e anos.