A cada dia que passa, a função do síndico tem se tornado mais relevante no mercado condominial. Se, no passado, o normal era o síndico morador, atualmente há um grande crescimento de presença de síndicos profissionais, inclusive com o suporte de administradoras para uma gestão mais eficiente de condomínios.
Levantamento realizado em 2021 sobre o perfil de quem ocupa esta função, apontou que o número de síndicos profissionais triplicou em oito anos, passando de 6%, em 2013, para 18%, em 2021. Isso significa que, em oito anos, três vezes mais condomínios passaram a contar com a função profissional. Ademais, outros 4% dos condomínios pesquisados que não contam com síndicos profissionais, planejam contratá-los.
Com a profissionalização da função de síndico, o nível de exigência também teve o seu patamar elevado. Por isso, é exigido do síndico, tanto para condomínios comerciais quanto para residenciais, uma série de conhecimentos para garantir o melhor funcionamento do empreendimento, pois ele realiza funções como o gerenciamento de recursos, controle orçamentário, mediação de conflitos, convocação de assembleias, ouvir e atender os moradores, entre tantos outros.
“Hoje, o síndico é um verdadeiro gestor de propriedades urbanas, devendo estar preparado para assumir tão importante função. Conhecer o condomínio e receber treinamentos através de cursos ministrados por entidades especializadas são fatores básicos para que o candidato esteja minimamente preparado para assumir a gestão de um condomínio. Também é importante ter uma empresa administradora experiente e com know how para prestar uma boa assessoria”, destacou Marcelo Borges, diretor de Condomínio e Locação da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi).
Graças a essa profissionalização do trabalho do síndico, algumas exigências são feitas para o profissional, como uma rotina de trabalho com visitas ao condomínio que ele visita. Ademais, também são necessários alguns conhecimentos mais técnicos, como noções de gestão de pessoas, legislação sobre condomínios, funcionamento de tecnologias, entre outras. Segundo Borges, atualmente, sendo síndico morador ou profissional, a função exige grandes conhecimentos.
“Ter certificados de cursos em entidades do setor e referências positivas em outros condomínios. Sendo um síndico orgânico (morador/condômino), importante ter conhecimento do cotidiano do empreendimento e de suas necessidades, sendo uma pessoa ativa em assembleias e na organização jurídico-administrativa do condomínio”, afirmou.
Questionado sobre as principais dificuldades entre cada empreendimento, Borges explicou que cada um tem a sua particularidade, com diferenciações específicas entre prédios de pequeno, médio e grande porte. Por isso, antes de um síndico profissional aceitar o desafio de gerir um novo condomínio, é necessário conhecer seus condôminos, investidores e, principalmente, o DNA do empreendimento. Por fim, apontou as principais diferenças entre cuidar de um condomínio recém-inaugurado e um mais antigo.
“Começar a gestão de um condomínio recém-implantado é um grande desafio, pois requer conhecimentos amplos sobre as necessidades básicas para que sejam atendidas todas as obrigações legais e convencionais, além de dar estrutura de funcionamento para os primeiros meses de vida cotidiana. Portanto, é de suma importância que o gestor tenha um treinamento agudo de como funciona um condomínio, pois um início desorganizado poderá trazer prejuízos em médio e longo prazos. Quanto aos mais antigos, além das recomendações básicas que já consideramos, importante um conhecimento de manutenção predial, estando cercado de profissionais experientes para tal”, finalizou.