Segundo um levantamento divulgado em agosto de 2020, pela Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (ABADI), o número de reclamações entre vizinhos triplicou na pandemia e continua em alta até hoje.
Neste cenário, a figura do síndico profissional ganhou destaque, levando ao aumento da contratação para este cargo que antes ficava restrito aos próprios moradores, conhecidos como síndicos orgânicos. Para mediar conflitos e criar um ambiente harmônico de convivência, é imprescindível uma visão imparcial, com conhecimentos específicos das leis e do novo Código Civil.
Não é de hoje que o advogado especialista em condomínios, Márcio Rachkorsky, tem notado o aumento da participação das mulheres em diversas frentes relacionadas ao condomínio e, mais recentemente, das síndicas profissionais, que destaca o nosso diferencial de possuir “um olhar mais atencioso, maior disponibilidade para relacionamento, rigor com finanças e firmeza na gestão, sem perder a doçura tão necessária”.
Segundo Rachkorsky, uma proporção que antes era de 10/90 hoje está em 40/60 de mulheres para homens atuando como síndicas e ele ainda acredita que no cenário de mais um ano este número deva equilibrar.
O movimento que percebemos no aumento considerável de síndicas profissionais é uma boa notícia tanto para as mulheres que buscam novas oportunidades de trabalho, quanto para os condomínios, que ganham com as características da liderança feminina. Além disso, é uma profissão que tende a oferecer oportunidades salariais iguais, variando entre R$ 1.500 e R$ 5.000 mensais.
O que que as síndicas têm?
Neste cenário, algumas habilidades se destacam para o sucesso de uma boa estratégia de gestão e mediação de conflitos como empatia, criatividade, inclusão, confiança e vulnerabilidade.
As habilidades que citei acima podem ser melhor compreendidas pelo entendimento do mapa da polaridade de forças, uma ferramenta presente no modelo de Liderança Shakti, base da minha formação e que propõe o equilíbrio entre as forças femininas e masculinas nos negócios.
Não estamos falando de uma energia feminina que só existe nas mulheres, estamos falando de habilidades que precisam ser resgatadas de modo holístico em todos nós, independentemente da identidade de gênero.
Podemos entender que manter o equilíbrio de forças entre nossas características masculinas e femininas é saber quais são nossos dons e como utilizá-los para neutralizar nossas lacunas.
O ditado “o exemplo arrasta” pode ser o caminho no qual o aumento da participação feminina em cargos de gestão condominial profissional transforme o convívio entre moradores em um ambiente mais pacífico, harmonioso e gentil.