Ao se falar em varíola, nos remetemos há um tempo onde uma doença de nome parecido assombrou o mundo. Porém, segundo a biomédica, mestre em saúde ambiental, Anna Carolina Duarte, não há motivos para desespero. “O risco dessa doença virar uma pandemia é praticamente nula. A varíola dos macacos é uma doença infecciosa que geralmente é leve e endêmica em partes da África Ocidental e Central”, afirma a especialista.
De acordo com o Instituo Butantã, esse tipo de varíola é causado por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve à doenças graves em alguns indivíduos, ela é geralmente autolimitada (que não exige tratamento)”. Apesar de pertencer à mesma família do vírus da varíola, seus sintomas são mais leves.
Sinais de contágio
Ainda segundo Anna Carolina Duarte, os principais sintomas são: febre alta, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. “Uma erupção geralmente aparece 1 a 5 dias após os primeiros sintomas. A erupção geralmente começa no rosto e depois se espalha para outras partes do corpo”, completa.
Pode acontecer de se confundir as erupções com catapora, pois elas começam com espinhas elevadas, até que se transformam em pequenas bolhas cheias de líquido. Essas bolhas podem formar crostas que mais tarde caem. Os infectados geralmente se recuperam em duas a quatro semanas sem hospitalização, mas, em algumas ocasiões, podem causar problemas mais graves.
A varíola dos macacos é espalhada por contato próximo, portanto pode ser contida com certa facilidade, adotando medidas de higiene e até mesmo isolamento. Como a doença é se espalha se houver contato próximo com alguém que esteja infectado, a recomendação médica é se isolar se você receber diagnostico positivo para a doença.
Prevenção
Segundo a NHS, órgão britânico equivalente ao SUS, embora a varíola dos macacos seja rara, há muitas formas de reduzir o risco de se contaminar.
O que você deve fazer:
- Lave as mãos com água e sabão regularmente ou faça uso constante de álcool; ∙ Coma apenas carne que tenha sido bem cozida;
- Não compartilhe qualquer objeto de uso pessoal, como toalhas, roupas de cama, talheres, entre outros itens de uso particular, com pessoas doentes e que possam ter varíola dos macacos;
- Não tenha contato com próximo com pessoas que estão doentes e podem ter varíola dos macacos.
Cuidados em condomínios
Em um condomínio, como em outros lugares onde há convívio próximo de pessoas, as formas de prevenção de contágio são iguais. Como a transmissão ocorre por vias respiratória, gotículas respiratórias e lesões na pele, não há necessidade de isolamento entre os condôminos, pois as gotículas não conseguem viajar uma distância substancial, portanto a contaminação só ocorre por meio de contato próximo e prolongado com alguém infectado, fazendo com que o distanciamento físico de poucos metros já impeça a transmissão.
A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox, mas apesar do nome, o hospedeiro da doença ainda é desconhecido, podendo qualquer animal, principalmente roedores, terem um papel importante nessa transmissão. Portanto, em condomínios onde há áreas arborizadas, o cuidado deve ser redobrado, evitando ter contato com animais não domésticos que vivem nessas áreas, pois a transmissão pode ocorrer de animal para humano por meio de mordida ou arranhão.