Os impactos da diversidade de gênero nas instituições é positivo, segundo pesquisa da McKinsey & Company, fazendo com que empresas que apostam na diversidade tenham até 15% mais chances de gerar ganhos acima da média. No entanto, apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres.
Apesar do número ter crescido nos últimos anos, ainda são muitos os obstáculos enfrentados por elas. Segundo um estudo da FGV, 50% das mulheres entrevistadas foram desligadas de suas empresas após a licença-maternidade, lembrando que existem leis que protegem a estabilidade profissional do período da gestação até cinco meses após o parto.
Em algumas empresas, contudo, há uma mudança cultural no sentido de estimular que as mulheres sejam acolhidas e não saiam do mercado quando se tornam mães. A construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, ainda que seja parte de um setor antes considerado tipicamente masculino, tem diversas mães em posições de liderança e atuando em aspectos estratégicos dos negócios.
Elaine Stolf, mãe da Maria Clara, de 4 anos, é a superintendente SMS na Andrade Gutierrez. Para ela, é fundamental que as empresas desenvolvam iniciativas de conscientização sobre o tema. “É essencial que gestores e profissionais quebrem o paradigma de que a ‘mãe está menos disponível’ ou que ‘sua entrega será afetada por priorizar as demandas familiares’. A competência e o resultado não estão atrelados a esse conceito e promover esse entendimento é o primeiro passo a ser tomado dentro das empresas”, sugere a executiva.
Maternidade e inovação
Para Marília Viana, gerente de compliance da Andrade Gutierrez, o setor de inovação vai além no seu papel ao auxiliar no processo educacional da sociedade, quebrando tabus e vieses, como o da maternidade na carreira. “A maternidade me deixou mais corajosa e mais aberta. Hoje não tenho medo de absolutamente nada, tenho certeza que consigo fazer tudo e que vai dar certo. Trabalhando em uma empresa inovadora, levamos para casa a cultura de inovação, educando nossos filhos para que sejam mais abertos ao novo e pensem fora da caixa”, comenta Marília, mãe da Maitê, de 2 anos.
Ritha Leal, coordenadora de risco da Andrade Gutierrez, conta que a maternidade impactou positivamente o seu trabalho. “O desafio de ser mãe e trabalhar me trouxe mais maturidade, responsabilidade e organização. As empresas precisam atuar para eliminar a diferença de gênero, trazendo processos motivacionais e a criação de um ambiente com mais diversidade e mais acolhedor”, defende a mãe da Lara Leal, de 8 anos.