O setor condominial não está alheio à luta pelo meio ambiente e com a finalização da COP30 na sexta-feira, dia 21 de novembro, torna-se ainda mais importante que o síndico se mantenha atualizado sobre iniciativas ecológicas. Mas não basta serem verdes, as soluções devem facilitar a vida do síndico e dos condôminos. Assim é importante saber separar o joio do trigo na hora de decidir quais iniciativas valem ser discutidas em assembléia.
Muito além da consciência ambiental, as soluções abaixo podem ajudar a reduzir o valor do condomínio, valorizar o imóvel e até criar um senso de comunidade entre os condôminos.
Energia Limpa
Além de reduzir a pegada de carbono do prédio, a implantação de energia limpa também traz economia e estabilidade na conta de luz. A energia gerada é devolvida para a rede local e convertida em créditos, os quais são traduzidos em desconto na conta de luz e ajudam a amenizar taxações.
No entanto, instalações in loco, como no caso de painéis solares, não são compatíveis com todos os imóveis. Além de serem necessárias obras de instalação, compra de equipamentos e manutenção. “A partir destas necessidades surgiu a energia limpa por assinatura”, conta Fernando Berteli, CEO da NewSun, empresa especializada de energia limpa para condomínios. De acordo com ele, o condomínio faz uma assinatura e recebe o desconto na conta de luz, deixando as demais responsabilidades de geração de energia para a empresa contratada.
Água de reuso
Essa medida também ajuda na diminuição e previsibilidade de gastos. Geralmente a água aproveitada é proveniente da chuva ou do tratamento de água cinzas (águas de resíduos domésticos de baixa contaminação, como chuveiros, pias, máquinas de lavar louça e roupa). É utilizada na irrigação de jardins, limpeza de áreas comuns e no abastecimento de descargas sanitárias.
A manutenção tende a ser simples, desde que planejada e executada corretamente. Tanto o impacto financeiro como o ambiental são multiplicados em períodos de estiagem.
Telhados verdes
Consistem em uma camada de vegetação instalada sobre a cobertura tradicional das edificações. Eles ajudam a reduzir a temperatura interna dos prédios, diminuindo a necessidade de ar-condicionado e, consequentemente, o consumo de energia.
Também capturam CO², melhoram a qualidade do ar e ajudam na absorção da água da chuva, aliviando a rede de drenagem urbana. Além de ser uma solução visualmente agradável, funcionando como um elemento de paisagismo.
Coleta seletiva
Essa medida não é nenhuma novidade, mas é fácil de ser implantada e causa um impacto verdadeiro na questão ambiental. Em 2023 mais de 40 toneladas de resíduos foram destinados para aterros sanitários apenas no Brasil, de acordo com a ABREMA. A coleta seletiva inclusive ajuda a melhorar a organização do espaço de descarte, evitando mal cheiro e pragas.
A prática também educa e engaja moradores, despertando consciência ambiental coletiva, e tem baixo custo de implantação.
Compostagem
Essa técnica transforma resíduos orgânicos, como restos de alimentos, em adubo natural. O que pode reduzir significativamente o volume de lixo do condomínio, diminuindo custos de coleta e frequência de retiradas. O adubo produzido pode ser usado em jardins internos, gerando um ciclo sustentável dentro do próprio espaço condominial.
Essa é a medida mais trabalhosa da lista. Caso não seja executada corretamente pode mofar, causar mal cheiro e até atrair pragas. Por conta disso, também é a mais difícil de conseguir aprovação em assembléia. No entanto é uma iniciativa muito promissora para criar comunidade entre os condôminos, visto que incentiva os moradores a se organizarem para cuidar da composteira.
