Nas últimas semanas, uma série de cidades brasileiras registraram muitas chuvas e ventanias e, como consequência, falta de eletricidade. Além da “escuridão”, que chegou a durar mais de cinco dias em algumas localidades, houve quem teve que lidar com o transtorno de ter aparelhos queimados quando a energia voltou. O que fazer nesses casos? Dá para prevenir?
De acordo com André Mafra, engenheiro eletricista e sócio cofundador da Engehall Elétrica, empresa referência em treinamento neste segmento e que já impactou a vida de mais de 300 mil alunos, é muito comum que as pessoas se esqueçam dos aparelhos quando a energia acaba. “Muitas vezes acontece de uma hora para a outra e aí a preocupação inicial é arrumar uma forma de iluminar o ambiente. Os aparelhos ficam para depois”, analisa.
A questão é que quando os aparelhos estão na tomada é sempre possível que eles sejam danificados tanto no momento de interrupção da energia quanto na volta. “Normalmente acontece na volta, pois pode acontecer uma sobretensão e nem todos os aparelhos conseguem suprir essa variação de energia bem”, explica Mafra.
Segundo o especialista, uma alternativa simples para evitar a queima é retirar os aparelhos da tomada assim que acontece o apagão elétrico. “Mas o certo mesmo é ter o DPS – dispositivo de proteção contra surtos – instalado tanto no padrão de energia (DPS CLASSE 1), quanto no quadro de distribuição (DPS CLASSE 2) e também junto ao uso dos equipamentos (o filtro de linha é um DPS CLASSE 3)”, orienta.
Mafra recomenda a aquisição desses dispositivos de proteção para proteger aparelhos mais sensíveis, como computadores. “Junto com um aterramento bem feito, eles ajudam a eliminar picos de tensão na rede”, afirma o engenheiro.
Ele lembra que, no caso dos nobreaks, ainda há vantagem de terem bateria própria, o que ajuda a manter os aparelhos ligados por mais um tempo. “E é importante saber que, caso algum aparelho queime em razão de um pico de tensão na rede, é possível pedir ressarcimento à distribuidora de energia elétrica, apesar de muitos casos ainda serem burocráticos, vale se informar como funciona na cidade de residência”, conclui.