Desde o início do ano condomínios e empresas estão convivendo com uma nova realidade: o prêmio de assiduidade. Instituído pela nova Convenção Coletiva de Trabalho de 2025, esse novo valor chega para transformar a dinâmica das empresas de serviços, especialmente no setor de asseio e conservação.
A medida, que tem como objetivo combater o alto índice de faltas no trabalho e incentivar o comprometimento dos colaboradores, já começa a mostrar os primeiros resultados. O prêmio, nos valores que variam de R$100,00 à R$300,00, dependendo do acordo sindical, é concedido mensalmente aos trabalhadores operacionais que não faltarem ao trabalho, incluindo faltas justificadas ou abonadas.
A mudança, surge em um contexto de altos custos e uma mão de obra cada vez mais volúvel, fatores que impactaram diretamente os serviços de limpeza e conservação, especialmente em condomínios e empresas de grande porte.
Nos últimos dois anos, o setor de serviços terceirizados enfrentou uma crise sem precedentes. Com a pós-pandemia de Covid-19 e o cenário econômico instável, muitos trabalhadores da área de facilities começaram a buscar alternativas para complementar sua renda.
O valor de benefícios sociais do governo, que chegou a ser próximo ao salário de muitos profissionais, incentivou uma onda de demissões voluntárias e o aumento de “bicos” informais, levando ao desinteresse por empregos formais. O absenteísmo, que já era um desafio no setor, se intensificou, prejudicando a qualidade dos serviços prestados.
Resultados do Prêmio Assiduidade
Gabriel Borba, CEO da GB Serviços, empresa especializada em facilities, observa que os primeiros meses de implementação do prêmio de assiduidade revelaram resultados positivos, embora a adaptação não tenha sido simples.
“Nos primeiros meses, o prêmio ainda não era amplamente conhecido pelos colaboradores. Muitos não estavam cientes de que, para ter direito ao benefício, precisavam cumprir o requisito de não faltar ao trabalho”, explica.
Embora a medida tenha sido bem recebida pelos colaboradores para as empresas que contratam esse serviço a adaptação não foi fácil. A nova Convenção Coletiva de Trabalho também trouxe reajustes significativos nos pisos salariais, com um aumento de 8%, e nos benefícios, como cesta básica e tíquete-refeição, com aumento de 5%. Juntas, essas alterações resultaram em um aumento geral nos custos operacionais.
Para Gabriel Borba, essa elevação nos custos era inevitável. “Com todas essas novidades, os custos de mão de obra aumentaram consideravelmente. E as empresas assim precisam repassar esses aumentos para os clientes, de forma a garantir que o impacto no negócio seja minimizado”, comenta Borba. Ele conta que um desafio se deu pela resistência inicial por parte dos clientes, que estavam acostumados com ajustes menores nos custos de serviços terceirizados.
Ainda como parte da cadeia o aumento no custo dos serviços impactou diretamente os condomínios, que terão de se adaptar a esses novos valores aos condôminos. Assim, o prêmio de assiduidade e os reajustes salariais representaram um desafio, mas também uma oportunidade para melhorar a qualidade do serviço prestado. Com a maior estabilidade na equipe e a redução do absenteísmo.