A gestão de resíduos ainda é um dos maiores desafios para síndicos e administradoras. Muitas vezes, o problema não está na falta de coleta, mas em falhas diárias que comprometem todo o processo de reciclagem, aumentam custos e geram riscos para a saúde dos moradores.
Rubens Lopes, especialista em gestão de resíduos e fundador da Eko Bee, explica que mudanças simples podem gerar resultados expressivos. Em alguns condomínios atendidos pela empresa em Curitiba e região metropolitana, o volume enviado ao aterro caiu em até 60% em apenas um ano. Para ele, o segredo está em encarar o lixo como parte da gestão condominial e não apenas como algo a ser descartado. “O síndico tem um papel central na mudança de hábito. Com pequenas ações, é possível transformar um problema recorrente em oportunidade de economia, valorização do imóvel e bem-estar para todos”, afirma.
A dica central do especialista é olhar para os erros mais frequentes: em geral, eles se repetem de um condomínio para outro e passam despercebidos no dia a dia. Saber identificá-los é o primeiro passo para reduzir custos e tornar a rotina mais sustentável:
- Misturar resíduos recicláveis e orgânicos: Quando lixo orgânico contamina o reciclável, todo o material perde valor e vai parar no aterro. Para evitar, adote lixeiras identificadas, comunicação visual clara e campanhas de orientação aos moradores.
- Ignorar a destinação de eletrônicos e pilhas: Eletrodomésticos quebrados, pilhas e baterias não podem ser descartados junto com o lixo comum. Para que isso não ocorra, organize pontos de coleta dentro do condomínio e faça parcerias com empresas que façam a destinação correta.
- Acumular volumosos em locais impróprios: Móveis e entulhos abandonados nas áreas comuns geram transtornos, risco de pragas e até multas. Para impedir essa situação, defina um calendário de recolhimento e informe os moradores com antecedência.
- Falta de transparência sobre o destino do lixo: Moradores só colaboram quando sabem para onde os resíduos vão. Para engajar os condôminos, compartilhe relatórios periódicos com dados sobre reciclagem, reaproveitamento e impacto ambiental.
- Não envolver os moradores na educação ambiental: Sem engajamento coletivo, nenhuma iniciativa funciona. Para que isso não ocorra, crie campanhas criativas, promova ações de conscientização e valorize boas práticas dentro da comunidade.
Rubens reforça que a mudança de mentalidade é o primeiro passo. “Quando o condomínio entende que lixo é recurso, todos ganham: moradores, síndicos, cidade e meio ambiente”, finaliza.