Janeiro é o mês oficial das férias, trazendo muito Sol, banhos de piscina, risadas e correria nas áreas comuns. E para os pequenos que moram em condomínios, o período é uma oportunidade de fazer novos amigos e brincar dentro e fora de casa, aproveitando toda a infraestrutura de lazer que seu complexo residencial oferece.
E para deixar a programação ainda mais animada para a criançada e ainda permitir que os pais desfrutem de um momento de descanso, as colônias de férias em condomínios são uma ótima opção. “A brincadeira é fundamental e deve fazer parte do desenvolvimento infantil. Mais que uma forma de diversão o brincar vai além dos que nossos olhos podem ver, e ajuda as crianças a desenvolverem habilidades motoras, sensoriais, afetivas, cognitivas, sociais e culturais, além de promover a socialização e a inclusão”, destaca a psicóloga Jully Maia Novaes, especializada em terapia familiar.
Entre os condomínios que optaram por esse caminho estão os administrados pela Cipa que para o mês de janeiro fechou parceria com a Rio EcoEsporte, empresa que realiza uma série de atividades em pontos turísticos do Rio de Janeiro, incluindo atividades ao ar livre, como passeios em trilhas e até canoagem. “Esse é um conceito que vem sendo trabalhado pelos condomínios no sentido de trazer a experiência de um hóspede de hotel para o condômino. Ele faz parte de um combo de serviços que facilitam a vida do morador, levando facilidades e bem estar para sua casa, praticamente”, explica o gerente de Novos Negócios da Cipa, Bruno Queiroz.
Segundo a administradora de condomínios, os projetos são modulados de acordo com as necessidades de cada condomínio interessado, seguindo o perfil daquilo que seja mais adequado a cada unidade. “O morador, ainda mais com os problemas relacionados à pandemia, acaba ficando privado de opções de lazer e atividades físicas. O Rio de Janeiro é uma cidade turística e oferece uma série de espaços que podem e devem ser mais aproveitados pelos cariocas. O que criamos foi uma facilidade para que o condômino possa ter acesso a esta experiência de forma mais segura, confortável e a um custo acessível”, detalha Queiroz.
Como transformar seu condomínio em uma colônia de férias
Conversamos com Luciano Viana, sócio da Fox Gestão Esportiva, que há 15 anos atua com assessoria esportiva em condomínios clube, para tirar dúvidas sobre como implementar essa atividade tão amada pela criançada.
O primeiro ponto que Viana destaca é a necessidade de uma infraestrutura mínima para a realização das atividades: “É preciso ter um espaço fechado para que as atividades não sejam interrompidas em dias de chuva. Esse espaço pode ser uma brinquedoteca, um salão de festa ou uma quadra coberta”, explica o empresário que só neste mês de janeiro está com 11 colônias de férias em complexos residenciais nas cidades de São São Paulo, Alphaville e Osasco.
Outra dica que Luciano dá é sobre a programação. Apesar de ser voltada para crianças, existem certos cuidados para agradar a todos os gostos: “As atividades são divididas por quatro faixas etárias: de 3 a 5 anos, de 6 a 8 anos, de 9 a 10 anos e 12 anos. Mas, para adolescentes, que não gostam de participar com as crianças, ao invés de chamar de colônia de férias, chamamos de recreação”, explica.
Para saber mais sobre brincadeira ideais para cada faixa etária, leia entrevista que fizemos com a psicóloga Jully Maia Novaes.
Sobre a participação de pequenos PcD, o empresário afirma que os prestadores de serviço devem estar preparados pois todo espaço de brincadeira infantil deve ser inclusivo. “Sempre que há crianças PcD, a gente consegue adaptar qualquer tipo de treinamento para que ela possa se divertir e participar com as demais”, afirma Viana. Sua empresa, a Fox Gestão Esportiva, além de realizar colônia de férias, também oferece para condomínios atividades coletivas para adultos – como musculação, dança, natação, entre outras – e programação especial para datas comemorativas como Carnaval, Dia das Crianças, Páscoa, Halloween e até a chegada do Papai Noel.
Flexibilidade para diversão garantida
É preciso que o síndico e os moradores pensem, de forma coletiva, em ações e soluções para tornar o ambiente mais amigável para que as crianças possam curtir ao máximo este período. Entre as sugestões estão:
- Durante as férias, os condomínios podem flexibilizar regras muito rígidas, como a proibição de bicicletas, e estender o horário do uso da piscina, por exemplo;
- Converse com os responsáveis por crianças do condomínio para organizarem atividades coletivas, como jogos na quadra ou horários na brinquedoteca. Sempre supervisionados por um adulto;
- Outra atividade bastante interessante é a criação de uma biblioteca. Os condôminos podem doar os livros. Além de distrair as crianças, incentiva a leitura. A biblioteca poderá ser montada numa sala pequena e com a ajuda das crianças;
- Em prédios com pouco espaço para recreação, pode-se estimular uma competição entre os pequenos moradores, de jogos de tabuleiro e quebra-cabeças. Já para os menores é interessante reservar uma área para que possam brincar de bonecas e carrinhos;
E lembre-se: porteiros, zeladores e funcionários do condomínio não são responsáveis pelas crianças.
Cuidado jurídico com os pequenos
Uma dúvida muito comum é se a responsabilidade sobre os jovens desacompanhados no interior do condomínio é do síndico ou dos pais. Segundo a lei 8069/90, em seu art. 22, do Estatuto da Criança e do Adolescente e a lei 10406/02, no Art.1634 do código civil, é dever dos pais ou responsáveis legais a guarda dos filhos menores em qualquer ambiente ou circunstância.
Portanto, em caso de acidentes ou mesmo a identificação de risco iminente para a criança que esteja desacompanhada nas dependências do condomínio, a responsabilidade é dos pais.
O condomínio será responsabilizado apenas quando é identificada negligência estrutural que ocasionou o acidente. Também em casos nos quais é obrigatória, ou oferecida, a presença de um cuidador. No Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, existem leis municipais que exigem a presença de Salva-Vidas em prédios residenciais onde as dimensões das piscinas sejam superiores a 6m x 6m.