De acordo com dados do Painel de Arboviroses da Secretaria da Saúde do Estado, atualizados na última segunda-feira (10), a cidade de São Paulo registrou mais de 3.721 casos da doença e a primeira morte por dengue em 2025, uma menina de 11 anos, além de outras 12 mortes sob investigação. Ampliando a análise para todo o estado de São Paulo, o painel também destaca a comparação com 2024, que nas primeiras cinco semanas do ano registrou 70.228 casos de dengue e 1.137 em investigação, já em 2025, 62.732 foram registrados e 65.534 estão sob investigação.
Também segundo o Ministério, 75% dos focos da dengue estão nas residências e os condomínios, por comportarem mais pessoas na mesma localização, influenciam no aumento da gravidade da situação, dependendo das ações da gestão dos condomínios para um efetivo trabalho de conscientização e combate do mosquito da dengue.
Em uma área considerada crítica na luta contra a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, como São Paulo, a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (AABIC) – entidade que congrega as maiores administradoras de condomínios do país e que é responsável por 53% de sua gestão, só na Grande São Paulo – tem intensificado seus alertas sobre a importância da prevenção e controle desses focos dentro desses espaços coletivos.
“Os condomínios, com sua densidade populacional e estrutura física complexa, representam um desafio único no combate à dengue. Áreas comuns, como jardins, piscinas, caixas d’água, e até mesmo unidades habitacionais desocupadas, podem se tornar locais propícios para a reprodução do mosquito”, diz o presidente da AABIC, Omar Anauate.
A entidade enfatiza que a responsabilidade de combater os focos de dengue dentro dos condomínios é compartilhada entre moradores, síndicos, administradoras e equipes de manutenção. “Ações simples, como a eliminação de recipientes que acumulam água, a limpeza regular de áreas comuns e o monitoramento de pontos de possível proliferação, são essenciais para evitar a disseminação do mosquito”, explica.
Ele lembra que, em muitos municípios, a Vigilância Sanitária tem efetuado vistorias nos condomínios, com possibilidade de aplicação de multas quando observadas irregularidades que possibilitam a proliferação do mosquito transmissor.
Como manter seu condomínio protegido
Realize inspeções para evitar água parada nas áreas comuns: Mantenha o escoamento de água desobstruído e sem depressões que permitam o acúmulo de água nas lajes, calhas e marquises, mantendo-os sempre limpos.
Outro ponto principal é realizar uma varredura no fosso do elevador. O local é um dos favoritos do Aedes por também acumular água. Além disso, o mosquito, ao procriar, acessa os andares. Na prática, o fato de não voar grandes altitudes não impossibilita que ele chegue até locais mais altos. O mosquito consegue transitar pelo elevador e subir em todos os andares.
As garagens também são áreas propícias para a procriação do mosquito. Neste caso, recomenda-se inspecionar os ralos externos e canaletas de drenagens para água das chuvas.
Espaço de lazer, com ou sem uso: Caso o condomínio tenha uma piscina, é preciso redobrar a atenção. Além de realizar o tratamento adequado da água; guarde em um espaço fechado ou cubra os objetos que podem acumular água parada, como por exemplo: espreguiçadeiras, cadeiras e guarda-sol. Os brinquedos do playground também devem ser constantemente monitorados para evitar que se transformem em potenciais criadouros. Sanitários que não são utilizados diariamente, como de salão de festas ou da piscina, precisam ser vistoriados, assim como acionar a descarga semanalmente.
Dentro do apartamento: A eliminação de possíveis focos começa nas varandas dos imóveis, especialmente com a verificação de vasos de plantas. A orientação é que os pratos sejam furados ou preenchidos com areia. Comedouros de animais precisam estar constantemente limpos. Por isso, o ideal é que o síndico disponibilize aos moradores e funcionários um material informativo de prevenção contra o mosquito da dengue nos elevadores e quadro de avisos, explicando as boas práticas que devem ser adotadas nas residências e áreas comuns do prédio.
“Portanto, diante do crescente desafio representado pelos focos de dengue nos condomínios, a AABIC reforça a importância da união de esforços e da adoção de medidas proativas para garantir um ambiente seguro e saudável para todos os moradores. A prevenção é a melhor arma nessa batalha contra a dengue, e cabe a cada um fazer a sua parte”, conclui Anauate.