O setor de construção civil no Brasil segue em ritmo acelerado de transformação digital, com tendências que devem levar as empresas do segmento a projetos mais eficientes e sustentáveis, seguindo uma tendência global. O CEO da FastBuilt, Jean Ferrari, comenta que as principais inovações que irão moldar o mercado no próximo ano estão atreladas, principalmente, à digitalização e ao relacionamento com o consumidor.
Confira três tendências apontadas pelo executivo:
1 – Digitalização do canteiro de obras
A digitalização total dos canteiros de obras já começa a se concretizar no Brasil e é uma tendência que promete ganhar força. Com a adoção de tecnologias como o Building Information Modeling (BIM) e softwares de gestão em tempo real, construtoras conseguem monitorar cada etapa do projeto de forma precisa. O uso de drones, sensores IoT e ferramentas de análise de dados tornam possível prever problemas antes que eles ocorram, resultando em uma execução mais eficiente e segura. “A digitalização não apenas melhora a eficiência, mas também eleva o nível de transparência e colaboração entre as equipes, um diferencial em um mercado tão competitivo quanto o da construção civil”, ressalta Ferrari.
2 – Sustentabilidade e construção verde
A preocupação com a sustentabilidade segue crescendo no setor. As práticas de construção verde, que incluem o uso eficiente de recursos e a redução de desperdícios, são cada vez mais demandadas pelos consumidores e investidores. Mapear digitalmente o canteiro de obras e ter o histórico de cada construção é fundamental para munir os gestores de informações e reduzir o desperdício. “Os clientes e investidores estão cada vez mais atentos ao impacto ambiental das construções. A adoção de práticas sustentáveis não é apenas uma questão de conformidade, mas de agregar valor aos projetos”, afirma o CEO da FastBuilt.
3 – Eficiência na gestão do pós-obra
Uma tendência emergente que ganha força é a preocupação com a gestão eficiente do pós-obra. Pesquisas como a da Câmara Brasileira da Indústria da Construção apontam que até 5% do custo total de um empreendimento está concentrado no pós-obra. Soma-se a isso o fato de que é nessa fase que o relacionamento com o cliente se intensifica, com a realização de manutenções e aplicação de garantias.
“A negligência na gestão do pós-obra representa um risco significativo para a reputação da construtora e pode resultar em custos elevados. Implementar um sistema de acompanhamento eficiente e digital é fundamental para garantir a satisfação do cliente e reduzir despesas inesperadas. Percebemos um feedback muito positivo das construtoras que utilizam a nossa plataforma, justamente porque o cliente tem um relacionamento mais eficiente e avalia melhor a construtora, além de colocar em prática as manutenções preventivas com mais facilidade. Além disso, histórico e dados consolidados reduzem custos, facilitam a gestão das assistências técnicas e ajudam na tomada de decisão para o desenvolvimento de novos empreendimentos”, define.
Ferrari destaca, por fim, que o sucesso na implementação dessas inovações depende de uma mudança cultural nas empresas e de uma maior abertura para a transformação digital. “Estamos em um momento de grandes oportunidades. A adoção dessas tendências, aliada a uma gestão estratégica, pode transformar a maneira como construímos e entregamos projetos no Brasil. O desafio está em integrar essas tecnologias de forma inteligente e alinhada aos objetivos de cada empresa”, conclui.