Segundo o Sebrae, o mercado de reformas é responsável por aproximadamente 6,2% do PIB brasileiro e movimenta mais de 480 mil negócios no país. E este setor ainda ganhou um destaque especial nos últimos anos com a população, no pós, pandemia priorizando conforto e bem-estar em suas residências e no ambiente condominial.
E na hora de contratar um profissional ou empresa qualificada, o que não faltam são dúvidas como se determinadas paredes não podem ser derrubadas, quais soluções e produtos oferecem o melhor custo benefício. E para esclarecer essas dúvidas conversamos com Takeshi Moriyama, engenheiro da GrowT, startup focada em projetos e engenharia. Confira o bate-papo a seguir:
Condo.news (CN): Pintar as paredes da cozinha é anti-higiênico?
Takeshi Moriyama (TM): É mais comum que cozinhas sejam revestidas de azulejo, porque isso facilita na hora da limpeza, mas isso não significa que a pintura comum, com tinta, seja anti-higiênico. Hoje, inclusive, existem tintas mais resistentes à limpeza, adequadas para ambientes com muita umidade. Outra opção é revestir paredes que sujam mais e pintar as outras, economizando e personalizando o ambiente.
CN: O entulho da reforma pode ser descartado no lixo comum?
TM: Esse é mais um mito envolvendo as obras, já que resíduos e entulhos que sobram, nesses casos, precisam ser descartados em caçambas de metal fornecidas por empresas especializadas que descartam esse material em locais adequados, muitas Prefeituras disponibilizam locais públicos para esse descarte, porém, o volume de entulho é limitado por pessoa. No entanto, cada cidade possui suas legislações, então é importante verificar as regras do local onde a obra esteja sendo feita, evitando problemas e até mesmo multas.
CN: Paredes mais grossas são mais resistentes?
TM: Ainda falando sobre paredes, muitos acreditam que aquelas mais grossas são mais resistentes, o que não é verdade, já que outros fatores contribuem para a resistência da parede. Muita coisa influencia na resistência das paredes: material, altura, densidade, entre outros fatores. Por isso, só um profissional pode fazer uma análise e indicar a ‘fórmula’ para cada caso.
CN: É importante comprar pisos e revestimentos com sobra?
TM: Sim, o conselho do engenheiro é ter pisos e revestimentos reservas. O ideal é ter uma quantidade de 10% a 15% a mais do que o necessário, isso porque esses revestimentos são produzidos em lotes e podem ter variação de cor, atrapalhando a reforma. Além de garantir as superfícies com os tons iguais, é importante ter uma reserva em caso de algum outro defeito ou caso as peças quebrem, porém, através de um bom planejamento de obra, que começa na elaboração de um bom projeto, essa quantidade reserva pode ser menor.
CN: Revestimentos são uma solução para paredes com umidade?
TM: De acordo com o engenheiro, problemas como infiltrações ou vazamentos devem ser resolvidos e não escondidos. Caso contrário, as paredes continuarão sendo umedecidas, podendo acarretar em estufamento, deslocamento e queda dos azulejos.
CN: Obra com contratação de arquiteto é mais caro?
TM: É comum que as pessoas pensem que contratar um arquiteto seja caro e aumente demais os gastos, mas isso é um mito e ter um profissional em todas as etapas da obra é um investimento que vale a pena, inclusive pode ser até mesmo uma economia, pois o profissional vai orientar nas compras de materiais, quantidades e fazer diversas orientações que, colocando na ponta do lápis, evitarão dores de cabeça e gastos desnecessários.
CN: Drywall é mais frágil?
TM: Muitos acreditam que trata-se de uma material extremamente frágil, mas o material é utilizado para fazer paredes, nichos e até prateleiras, que suportam bastante peso. Por isso, ele é uma ótima opção para obras porque possui ótima resistência e promove conforto térmico e acústico, mas ainda é pouco usado justamente por esse e outros mitos. Inclusive, em testes controlados realizados em laboratórios especializados, as paredes produzidas no material, se construídas da forma correta em sua composição, possuem características que as tornam mais resilientes e resistentes que a alvenaria convencional.
CN: A escolha de um bom material faz diferença?
TM: Você já ouviu falar que “o barato sai caro?”. Quando o assunto é obra, essa frase faz todo o sentido, afinal, optar por materiais apenas pelo preço pode gerar algumas dores de cabeça lá na frente e, por isso, a escolha de um bom material faz sim diferença.
Sendo assim, desde os materiais mais básicos devem ser escolhidos com muito cuidado e isso também mostra como a contratação de um profissional é importante e vai fazer a diferença.