De acordo com o Secovi, em 2021, dos 931 lançamentos imobiliários residenciais na capital paulista, 137 deles, ou 15% do total, fizeram uso da fachada ativa, o que valida a tendência de condomínios híbridos ao redor do país.
“A instalação de ambientes comerciais nas áreas térreas dos empreendimentos permite aproveitar melhor o espaço urbano, ampliar a movimentação de pedestres e contribuir para a segurança do entorno e do bairro. São fatores que tornam o local mais ativo, atraente e valorizado”, afirma Juan Galan, sócio da VitaUrbana. Ele ressalta ainda que as fachadas ativas contribuem inclusive para a descentralização da cidade, abrindo novas oportunidades e estímulos à microeconomia, ao mesmo tempo que valorizam toda a cadeia imobiliária da região.
A previsão de implantação desses espaços já era prevista no Plano Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado em 2014, e agora ganha ainda mais fôlego com o novo Plano Diretor, que prevê a não inclusão desses espaços na área máxima do terreno – não impactando, portanto, o limite instituído em lei – e estabelece a isenção do pagamento de parte da outorga.
“As pessoas buscam cada vez mais serviços e comércio próximos do local de moradia, e as fachadas ativas trazem praticidade e conveniência, melhoram a qualidade de vida dos moradores e da cidade, além de impulsionarem o comércio e serviços. Por isso, elas vêm conquistando a adesão também do consumidor”, observa Galan.
Segundo a avaliação do executivo, a instalação da fachada ativa é especialmente interessante em áreas que tem grande potencial de interação entre os espaços público e privado, como ocorre no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. “Em bairros nos quais o espaço público precisa ser revitalizado, a fachada ativa contribui para essa dinamização do local, diferentemente das fachadas fechadas.”
Juan Galan também destaca que a tendência é a implantação de comércios e serviços se consolidar, com o incentivo à moradia em zonas em que a mobilidade urbana está mais presente, beneficiando o morador, que poderá encontrar tudo o que precisa para o seu dia a dia a poucos passos de sua residência. “Há uma conjunção de pontos positivos, que favorecem tanto os moradores, o público do bairro, quanto a própria incorporadora e os investidores”, finaliza.