Projetar áreas comuns de condomínios é um desafio para os profissionais da arquitetura. Nesse contexto, é importante ter como premissa projetar espaços coerentes de acordo com a necessidade real das pessoas que irão utilizá-los, desafiando e provocando a sociedade a contar com essas áreas mais úteis para cada momento.
Segundo empresas do mercado imobiliário como Marc e Housi, apartamentos studio mobiliados tem um upside médio de 23% em relação aos apartamentos não mobiliados, e se forem no centro expandido da Zona Oeste de São Paulo – em bairros como Pinheiros, Jardins, como por exemplo – chegam a 36% de upside.
Recentemente, passamos pela adaptação dos lares para o home office total. Agora, o modelo híbrido é o que domina e dita os hábitos sociais. As pessoas trabalham fora, mas também em casa. Por isso, a habitação precisa tanto ter a função de escritório quanto o de lazer e conforto. Sendo assim, para espaços residenciais, como os condomínios, o indicado é mesclar ambas as funcionalidades.
Um exemplo real é um projeto de incorporação para uma grande construtora do país em que a proposta foi criar um espaço útil, funcional e multiuso, seguindo as tendências de espaços coworking, onde as pessoas pudessem realmente utilizar o espaço no dia a dia não somente para celebrar, mas também para trabalhar, receber e conversar, funcionando como um espaço vivo e ativo para os moradores do condomínio.
Seguindo esse conceito e sabendo da mudança de hábitos das pessoas, que agora permanecem mais em casa, surge uma nova tendência: a intensificação da influência das redes sociais. Segundo pesquisa da We Are Social, o Instagram é uma das plataformas mais utilizadas em 2023, com 113,5 milhões de usuários, atrás apenas do WhatsApp e do Youtube. Sem contar no amadurecimento da geração Z, uma geração que já nasceu imersa no mundo conectado e, hoje, muitos deles saem da casa dos pais à procura de novas moradias modernas.
Por isso, os novos condomínios têm apostado cada vez mais em espaços instagramáveis, ou seja, espaços e cenários propícios para as fotos serem publicadas nas redes. A moda se instalou em bares, restaurantes e exposições, mas tem se estendido mesmo para áreas comuns de condomínios com o objetivo de acompanhar as tendências da sociedade atual. Mas como criar espaços instagramáveis em condomínios?
Começar pelas áreas mais propícias a criação dos espaços. Os empresários devem investir em projetos diferenciados de arquitetura e interiores, acompanhar as tendências a fim de valorizar o imóvel. Isso porque, somente o arquiteto que pensa fora da caixa irá ter o cuidado de pensar no espaço como um todo, avaliando não somente o terreno e as soluções pré-existentes de mercado, pensar nas necessidades de cada projeto, analisar o bairro, o estilo de público-alvo, o momento atual em que vivemos e desta forma, construir um espaço “tailormade” para cada condomínio.
Trabalho esse que vale muito a pena para o empreendimento, pois desta forma o resultado vai ficar tão lindo que vai se tornar naturalmente ‘instagramável’ por todos os que frequentarem como moradores ou visitantes. Ninguém esquece um espaço tão único e exclusivo.
Espaços instagramáveis em condomínios são capazes de ampliar a experiência e chamar a atenção de condôminos e visitantes. Além disso, eles também podem aumentar a visibilidade da região e gerar movimentação para a área por conta das postagens e engajamento na rede, incluindo até mesmo a valorização do empreendimento.
Com esta demanda, as incorporadoras têm buscado mais sofisticação em seus projetos com o objetivo de transformar as áreas comuns em ambientes extraordinários. Salas de ginastica profissionais, área gourmet confortável, garagens mais bonitas, iluminação que valorize cada
cantinho, ambientes híbridos mesmo e acabamentos de primeira linha que exijam pouca manutenção ao longo do tempo.
As pessoas querem viver com praticidade e mais conforto, assim esses espaços acabam se tornando um cartão de visita para visitantes e moradores.
*Por Guilherme Ommundsen, CEO e sócio-diretor do studiodwg
