A Telite, empresa especializada na fabricação de telhas sustentáveis, criou uma ferramenta onde é possível que as empresas fornecedoras de resíduos reutilizáveis recebam informações do processo de transformação do produto desde a coleta, separação e transformação do resíduo reciclável. Tudo isso via QR Code que permite que seja feita a rastreabilidade de todo o processo do resíduo, desde a coleta, produção e entrega do produto.
A iniciativa foi pautada na Lei Federal 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e fala que a logística reversa é caracterizada “por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
Como funciona?
Por meio de um software de rastreabilidade que contempla um sistema de segurança chamado blockchain, um banco de dados com dois milhões de usuários cadastrados onde são inseridas informações do processo de transformação do produto desde a coleta, separação e transformação do resíduo reciclável.
O que blockchain tem a ver com sustentabilidade?
A blockchain não permite que dados inseridos sejam modificados, pois seria necessário pedir acesso para todas as pessoas que estão cadastradas na plataforma.
Com isso, as informações acerca da coleta, triagem, separação e peso geram um QR Code com todas essas informações e inseridos no material produzido com o resíduo fornecido e dessa forma o cliente ao aderir o material terá acesso a todo o processo de fabricação do produto.
Liberação de crédito para quem fornece resíduo reciclável
Ainda de acordo com a Lei de Logística Reversa citada acima, toda empresa que gera qualquer tipo de resíduo e embalagem é responsável por colocar 22% na economia circular (transformação de produto ao invés do descarte).
Segundo Leonardo Retto, CEO da Telite, por conta da Lei de Logística Reversa a Telite aderiu a Blockchain, porque toda nota fiscal feita a partir do lote fornecido é inserida na plataforma e chega para 2 milhões de pessoas onde não é possível alterar nenhum dado que está na nota ou fornecer para outra pessoa, podendo ser usada apenas como crédito de logística reversa pelo fornecedor do resíduo.
Com a criptografia e rastreabilidade oferecidas pela blockchain o cliente vai saber o crédito que foi dado para por meio de sua nota fiscal, não havendo o perigo dessa nota ser fornecida para outra pessoa. Ainda de acordo com a legislação, cada 1000 kg gera crédito de logística reversa. Uma fábrica que gera 10 mil toneladas por mês, 22% disso, tem que ser revertido em economia circular, como crédito, sendo cada tonelada um crédito.