Cada dia é mais comum chegar em um condomínio e ser atendido por uma portaria eletrônica ou acessar um portão por QR Code, tudo sem contato com o porteiro físico ou o zelador. Atualmente, segundo o último levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), existem 4 mil condomínios com portarias remotas. Um número que cresceu mais de 30% no último ano, mas ainda tem muito para crescer, já que apenas 17% das habitações possuem esse tipo de solução.
Mas o que motivou a adesão a esta tecnologia? O primeiro fator é a busca para diminuir custos. Dados apontam uma redução de até 70% de gastos após a instalação da segurança eletrônica. Outro ponto é a chegada da pandemia, que aumentou a busca por tecnologias de automação para diminuir contato físico.
Mas então a profissão de porteiro e zelador irá desaparecer?
Não. Muito pelo contrário. Esses cargos devem ser unificados e ganhar ainda mais importância na gestão de condomínios residenciais ou empresariais. O profissional deverá ser mais especializado para dar conta de suas novas atribuições que vão das funções tradicionais de coordenar o andamento do local e a convivência dos moradores, até as mais novas funções, como ser a interface entre o prédio e as tecnologias de segurança, monitoramento e logística.
Neste novo escopo, os ‘zeladores do futuro’ terão de entender o funcionamento das portarias remotas, câmeras de monitoramento, cancelas e catracas automáticas, servindo como o ponto de comando dentro do condomínio, garantindo o perfeito funcionamento. Ou seja, a eficácia do sistema de segurança do condomínio passa, também, pelas mãos deste profissional. Além disso, conhecendo as soluções a fundo, o zelador estará preparado para atuar em caso de uma emergência e lidar com eventuais panes de maneira rápida.
O ponto ainda mais importante é em relação a logística de entregas. Dados mostram um crescimento estrondoso nas demandas das portarias com o aumento do comércio online. Em 2021, segundo a 45.ª edição do Webshoppers, da E-bit/Nielsen, 87,7 milhões de brasileiros fizeram compras nas lojas virtuais. E esse número deve crescer 56% até 2024. Portanto, este comportamento veio para ficar.
O zelador deverá estar cada vez mais preparado para lidar com a gestão das encomendas e recebidos, fazendo com que as compras cheguem aos moradores de forma correta e sem danos. De dentro da porta do condomínio até a porta das casas, a responsabilidade passa a ser exclusiva dele.
A cena clássica da figura de um senhor atrás de uma mesa na portaria ou hall de prédios deve ficar cada vez mais para filmes de época. Atualmente, os condomínios residenciais e comerciais terão profissionais com um novo perfil. Profissionais qualificados que tenham como capacidade principal a de serem bons gestores e lidarem bem com as novas tecnologias.