Alinhar a vida pessoal e profissional, junto às múltiplas tarefas diárias que compete a cada uma das áreas é uma tarefa árdua na vida da maioria das pessoas que residem nas grandes cidades. O período de 24 horas do dia nem sempre parece ser o suficiente para atender a demanda de tantas atividades.
Essa roupagem da vida nos grandes centros urbanos fez surgir o pay per use nos condomínios. O sistema pay per use associa moradia e prestação de serviços do dia a dia para promover facilidade, segurança e comodidade aos condôminos.
O que é pay per use?
A expressão em inglês pay per use significa “pague pelo uso”, sendo assim, de responsabilidade do condômino pagar apenas pelos serviços que usar. Geralmente o acordo é feito com empresas terceirizadas que atuam nos condomínios. Nesse método não há obrigação de aprovação em assembleia, porque não há custos para o condomínio. Se o síndico autorizar, é possível instalar. Os condomínios vêm ofertando essa estratégia para auxiliar o cotidiano das pessoas com serviços essenciais como:
- Limpeza (arrumação básica, pós-mudança, limpeza de churrasqueira, faxina, limpeza de vidros, pós-festa, serviços de copeira e garçom);
- Lavagem de carro;
- Recreação e cuidados infantis;
- Pet care (cuidados com animais de estimação, veterinários, banho);
- Pet sitter (cuidador de animais de estimação na própria residência do morador);
- Personal trainer e Assessoria esportiva;
- Manutenção e reparos (chaveiro, eletricista, jardineiro, marceneiro, vidraceiro);
- Babá;
- Professor de idiomas;
- Técnico em informática;
- Gastronomia (comidas congeladas, buffet);
- Supermercado, Padaria e Feira delivery;
- Bem-estar (cabeleireiro, maquiador, manicure, massagista);
- Lavanderia;
- Esportes (aulas de pilates, natação, artes marciais);
- Transportadora;
- Motorista e Táxi.
Distinção entre Pay per use e Facilities
Diferente do pay per use, os facilities são serviços contratados pelos próprios condomínios ou administradoras de condomínios e todos os moradores pagam por eles. Esse serviço precisa ser aprovado em assembleia e entra na cota condominial, pois há um custo para a implantação. Os serviços englobam áreas como limpeza, recepção e segurança.
O instrutor automotivo, Roger Luiz, conta que apesar dos serviços de facilites inclusos na taxa condominial, ele algumas vezes precisa fazer uso de pay per use. “Em casa já contratamos o serviço de pintores, manutenção e instalação. Isso facilita muito o meu tempo, pois geralmente fico o dia inteiro na rua”, disse ele, que contou, também, que o salão do condomínio não está incluso na taxa condominial. “Comemorei um aniversário recentemente aqui, e só paguei o salão no dia que utilizei o espaço”, exemplifica.
As vantagens do pay per use
Quem nunca precisou de manutenção de eletrônicos, pequenos reparos na residência, lavanderia, limpeza ou até mesmo a prestação do serviço de uma babá? Essas são algumas dificuldades na hora de encontrar alguém de confiança para atender às demandas específicas.
Os serviços básicos se tornam ainda mais escassos em condomínios localizados em áreas mais afastadas dos grandes centros, devido à baixa oferta comercial. Comprar itens para um simples café da manhã muitas das vezes se torna uma tarefa complexa, por exemplo.
O custo para um determinado serviço tende a ser menor quando contratados por um número maior de pessoas. Segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic), a redução dos preços pode chegar a até 5%, em média, em relação aos valores praticados no mercado.
Implantação o pay per use
O sistema pay per use pode ser uma iniciativa do síndico, administradoras de condomínios ou do próprio condômino. Contudo, quando partido do síndico ou administradora, ou por um grupo de moradores, o assunto deve ser levado à assembleia, como uma pauta normal.
O Designer Gráfico, Lucas Melo, conta que no condomínio para o qual se mudou recentemente, no bairro de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, o próprio síndico ajudou na oferta do serviço de pay per use que ele precisava.
“Como estava de mudança, precisei do serviço de manutenção, montagem e reparos de alguns objetos. Quando perguntei ao síndico se pela região havia alguém que realizasse o serviço, o mesmo me fez a indicação e me passou toda a informação necessária.“ contou o designer, que acredita que seja uma prática comum no condomínio essa troca de informações e indicações sobre prestadores de serviços terceirizados, e afirma que é uma facilidade para as tarefas do dia a dia.
A partir desse ponto, a empresa terceirizada ou prestadora de serviço se torna responsabilidade do síndico, assim como a maneira que irá ofertar os serviços e a forma de pagamento do mesmo.
Feito isso, as administradoras podem adicionar o modelo pay per use em seus sites, dando aos condomínios a possibilidade de ter uma melhor descrição do serviço e a possibilidade de adquirir o mesmo.