Uma “cidade inteligente”, ou smart city, é um ecossistema urbano inovador caracterizado pelo uso generalizado de tecnologia na gestão de seus recursos e de sua infraestrutura.
As principais características dessas cidades são a preocupação com questões ambientais (produção de energia, gestão de resíduos), comunicação integrada, infraestrutura e mobilidade urbana. Para isso temos a utilização em grande escala da Internet das Coisas (IoT) e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que atuam na parte operacional da rede, integrando ao máximo os mais variados serviços, até mesmo na parte educacional e de saúde.
Condomínios inteligentes, diferencial no controle de acesso
Com as cidades caminhando para se tornarem inteligentes, os empreendimentos também estão acompanhando essa tendência e ficando cada vez mais smarts.
Essa evolução do espaço público e privado da cidade dialoga com um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), previstos para serem atingidos até 2030. Na lista, o número 11 aparece como Cidades e Comunidades Sustentáveis, o que é exatamente o perfil de uma cidade inteligente, uma vez que ela usa a tecnologia para a otimização máxima dos espaços e serviços.
Para entender a mudança na estrutura dos novos condomínios, conversamos com o gerente geral da APSA Gestão Condominial, Edgar Poschetzky, que nos contou quais são as principais tendências de automação e tecnologia dos empreendimentos.
“O controle de acesso tem recebido muito investimento, especialmente na análise de dados de vídeo. Hoje a gente tem muitos empreendimentos que estão usando Internet das Coisas (IoT) para controle das áreas comuns”.
Esse monitoramento, explicado por Edgar, traz outras facilidades, como por exemplo, “em um empreendimento comercial, o reconhecimento facial, consegue identificar pontos e horários que as áreas possuem mais acesso. Com isso o condomínio consegue direcionar melhor a parte de limpeza e segurança porque eles sabem que em determinado horário a recepção estará com mais movimento”.
Se por um lado as soluções de automação envolvendo controle de acesso são os grandes destaques em edifícios comerciais, quando falamos dos residenciais, os protagonistas são as tecnologias que monitoram e controlam possíveis desperdícios e gastos extras nas áreas comuns.
“Hoje temos sistemas que verificam vazamento através de sensores que percorrem as tubulações e outros sensores que controlam o consumo da caixa da água, possibilitando ao síndico tomar medidas que evitem desperdício. Empreendimentos com fibra óptica podem ter sensores nas garagens e com IoT conseguem controlar a luminosidade, então você pode só diminuir a intensidade. Quando é detectada uma presença no espaço, aquela lâmpada passa a ter uso completo”.
Outros pontos do processo também estão sendo automatizados a partir do uso maior da Internet das Coisas, por exemplo, a irrigação de jardim, onde sensores vão identificar quando aquele solo realmente precisa de água.
“A tecnologia te permite gerar informações que fazem com que síndicos e gestores tomem decisões com base em dados e não em suposições”, complementa o gerente geral da APSA.
Onde encontrar esses condomínios
De acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2021, da Urban Systems, divulgado anualmente, São Paulo aparece em primeiro lugar como a cidade mais inteligente do país entre as 100 escolhidas pela pesquisa. A cidade do Rio de Janeiro ficou em sétimo lugar. Com exceção de São Caetano do Sul, todas as outras cidades do top 10 têm mais de 500 mil habitantes e apenas Brasília e Salvador representam cidades e estados fora do eixo Sul-Sudeste.
Esses dados colaboram para entender onde estão mais concentrados os investimentos das construtoras quando o assunto são condomínios inteligentes.
“São Paulo é o grande foco ao olhar esses estúdios e empreendimentos que são entregues. Todos eles estão carregados de tecnologia, desde portaria virtual a espaços para drones. Outro mercado que é bastante interessante é o mercado de Brasília. As regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília são os focos dos lançamentos de empreendimentos tecnológicos”, complementa Edgar.