A Minha Coleta, startup fluminense que interliga empresas, residências, cooperativas de catadores e poder público no processo de gestão e coleta seletiva e de resíduos comuns, acaba de fechar parceria com a Renova, empresa especializada em soluções ambientais para imóveis e condomínios residências e comerciais. Com isso, a cleantech ampliará sua atuação para além do Rio de Janeiro, ganhando mais dois centros de reciclagem: um na cidade de São Paulo, com a Relog Ambiental, e outro em Vila Velha, Espírito Santo, com a Renova.
A dobradinha também aumentou seu portfólio, que agora conta com cerca de 200 condomínios atendidos na região Sudeste, além de elevar a sua capacidade de reciclagem para 3 mil toneladas por ano. “Nessa parceria ganham os dois lados. Nós, com a triplicação da área de atuação, e a Renova, que com nossas soluções ganham um braço tech para otimizar seus processos de gestão e relacionamento com toda sua rede de reciclagem”, aponta Eduardo Nascimento, CEO da startup, que acabou de receber o Selo Ilmpact, criado pelo Innovation Latam e a Fundação Dom Cabral, para reconhecer negócios de impacto socioambiental na América Latina.
Cleantech com potência de gigante
Criada em 2019, a Minha Coleta atingiu 1000 toneladas de material reciclado em 2021. Isso é, entre as startups do ramo, o segundo maior volume do período. “Nosso maior desafio era a burocracia do setor, que nos fez adaptar nosso modelo de negócios, criando uma rede de parceiros chaves, os centros de reciclagem, que nos ajudaram a crescer mais rápido”, explica Nascimento que já passou por programas de aceleração de negócios renomados como o BNDES Garage, Braskem Labs e Inovativa Brasil.
Superados os obstáculos iniciais, hoje a cleantech conta com 10 depósitos parceiros. Além do volume de recicláveis também coletam e descartam de forma sustentável diversos tipos de resíduos extraordinários. “Com o volume de lixo que reciclamos nos dois últimos anos, contribuímos para a redução do consumo de 453.200l de petróleo, desmatamento de 27.255 árvores e a economia de 58.064 m³ de água e 1.481.227 KW de energia elétrica”, conta o empreendedor.
Cenário do mercado de reciclagem no país
O Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de lixo por ano, porém apenas 3% desses resíduos vão para a reciclagem. Para Carlos Silva Filho, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) esse resultado é fruto de uma série de fatores justificam esses números tão baixos, como carência de engajamento da população, deficiência na infraestrutura, uso de materiais que não são recicláveis e também falta de incentivos econômicos e tributários por parte do Estado.