O avanço da tecnologia e a obsolescência programada faz com que cada vez mais se precise descartar baterias, computadores, pilhas, celulares etc. Segundo levantamento feito pelo The Global E-waste Monitor 2020, relatório oficial da Organização das Nações Unidas, houve em 2019 um recorde de lixo eletrônico gerado em todo o mundo: 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico, sendo apenas 17,4% desse montante coletado e reciclado e de acordo com o documento, o Brasil produz 1,5 toneladas de lixo com apenas 3% de coleta, ocupando assim a quinta posição mundial e de líder sul-americano na geração de resíduos eletrônicos. O relatório também estima que o lixo eletrônico global chegará a 74 milhões de toneladas até 2030. Mas como fazer o descarte de maneira correta sem agredir o meio ambiente?
No Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Inea lançaram em 2021 o programa Recicla RJ, com o objetivo de promover a inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis de todo o Estado do Rio. O programa tem por objetivo projetar e sistematizar a cadeia produtiva de reciclagem, com a inclusão socioprodutiva dos catadores de materiais recicláveis, assim como aumentar os índices de coleta seletiva nos municípios.
Sobre o lixo eletrônico, a secretaria, diz em nota, que o lixo eletroeletrônico compõe o grupo de resíduos passíveis de logística reversa, cuja responsabilidade por sua estruturação e implementação, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, cabe ao setor privado – importadores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, no que chamamos de responsabilidade compartilhada. Diz também que o Estado trabalha na regulamentação da logística reversa por meio de um Decreto Estadual Regulamentador, que irá trazer diretrizes gerais para o tema no território.
Condomínios e o descarte do lixo eletrônico
Existem empresas, programas e startups voltadas para o recolhimento e a reciclagem desse material. A Circoola é um exemplo. A startup surgiu no final de 2021 e a princípio recolhia apenas material de pessoa física em coleta domiciliar. Mas no intuito de atender aos moradores que não estavam em casa, no horário comercial, começou a realizar campanhas em condomínios residenciais e comerciais e realizar agendamento. “Começamos a realizar prospecção ativa participando de eventos voltados para síndicos. Fizemos campanhas com o apoio do Secovi Rio. Participamos de eventos como a Resenha do Síndico para conscientizar as pessoas da importância do descarte correto desse material”, diz Lucas Pallazo, Diretor de Operação da Circoola.
O diretor explica que é possível, através do site agendar o melhor dia e horário para a retirada do lixo eletrônico. Segundo o executivo já foram recolhidos até abril do ano passado 25 toneladas de lixo eletrônico, que certamente seria descartado de forma inadequada.
A empresa informa no site que todo material recolhido é avaliado. O que é passível de ser consertado ou reaproveitado de alguma forma, é encaminhado para manufatura reversa, e cada peça vai para sua reciclagem específica, retornando para a cadeia produtiva como matéria-prima novamente. Atualmente a startup realiza coletas na região metropolitana do Rio de Janeiro e Niterói.
A Green Eletron, gestora sem fins lucrativos, lidera iniciativas para a reciclagem de eletroeletrônicos e pilhas no Brasil. Fundada em 2016 pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), nasceu para atender à demanda crescente das empresas, governo e da sociedade pela criação de alternativas para a coleta e reciclagem adequada do chamado lixo eletrônico. Desde o início das operações, em 2017, foram instalados mais de 1000 pontos de entrega voluntária de eletroeletrônicos, ou PEVs, e mais de 7800 exclusivos de pilhas nacionalmente e deu destinação correta a 1.600 toneladas de lixo eletrônico.
Com o programa de eletroeletrônicos, a gestora está presente no Distrito Federal e 22 estados e já coletou mais de 1.243 toneladas de produtos eletroeletrônicos. Já no programa Green Recicla Pilha, mais de 417 toneladas tiveram sua destinação correta. A Green Eletron está com uma ação de coleta em casa ou condomínios até o final de janeiro. A coleta pode ser agendada por aqui pelo preço de 1 real em todas as cidades do estado de São Paulo e Rio de Janeiro, independente da quantidade.
Em São Paulo a Recicla Digital, que em seu site, se apresenta como uma empresa especializada em coleta gratuita de lixo eletrônico, diz que dispõe de estrutura própria para processamento dos resíduos eletrônicos, centro de triagem e armazenamento e frota própria. A empresa realiza transportes, segregação e destinação final de resíduos sólidos eletroeletrônicos. Os condomínios interessados podem entrar em contato para parcerias. A empresa disponibiliza coletores fixos e materiais explicativos para deixar no estabelecimento e fazemos a coleta sempre que solicitado.
E o seu condomínio, realiza coleta de lixo eletrônico?