No Rio de Janeiro, cerca de 40 edifícios da Estasa Administradora de Condomínios aderiram neste mês ao modelo de fornecimento de energia remota. A meta é levar a solução para a maior parte dos 700 condomínios administrados pela empresa. “A energia derivada das fazendas solares é opção para os empreendimentos que não possuem espaço físico suficiente para placas solares ou para complementar o consumo daqueles que já possuem algumas placas. A geração através de fazendas também evita obras no condomínio. Além da redução de gastos em 10%, conseguimos ajudar o meio ambiente com fontes renováveis”, comentou o diretor geral da Estasa, Luiz Barreto.
A administradora CIPA também está adotando esse modelo. Já são 10 condomínios recebendo energia derivada das fazendas solares. Segundo a Associação de empresas do setor (ABGD), as mudanças regulatórias de 2022 atraíram 2,3 milhões de consumidores residenciais e comerciais para esse modelo de energia.
Os condomínios cariocas vão usar créditos de energia injetada por fazendas no interior do estado, construídas pela Hum Energia Renovável. Rodrigo Henz, gerente de novos negócios conta que a empresa opera 19 usinas de micro e minigeração na região do Vale do Café, no interior fluminense. “A Hum investe, monta e opera a fazenda de energia solar remota. O cliente pode fazer contratos de curto prazo e livres de burocracia”, explicou.
No Rio, o Condomínio Cores da Lapa, que conta com 700 apartamentos e mais de dois mil moradores, optou pelo modelo misto. As placas no terraço são responsáveis por 70% da economia no gasto de luz. Os outros 30% estão sendo obtidos com contrato com uma fazenda solar. “Nossa fatura era de 50 mil reais. Já estamos com uma economia de 30% nos primeiros anos de uso da energia solar”, esclareceu o síndico Paulo Badin.
Como funciona?
Essas empresas constroem uma fazenda solar, transferem a energia gerada para a rede da concessionária e recebem de volta o equivalente em créditos. A partir disso, conseguem transferir o valor desses créditos para os clientes residenciais, que passam a fazer parte de uma espécie de condomínio em torno da fazenda solar, num sistema de compensação. E, como não há a incidência de tarifas de rede e encargos setoriais para essa energia, a distribuidora solar acaba sendo, em média, de 10% a 20% mais barata que a concessionária, que repassa aos consumidores as taxas do setor elétrico.