Infraestrutura inteligente é a palavra-chave que tem definido os rumos da arquitetura e da engenharia no Brasil. Com soluções que integram tecnologia, sustentabilidade e qualidade de vida, escritórios como a Mannz Arquitetos Associados, liderado por Marcelo Mannrich e Jonas Eduardo Franz, têm se destacado por desenvolver projetos que antecipam o futuro sem perder a essência humana. A ideia é transformar edifícios em ecossistemas urbanos vivos, que promovem encontros, experiências e conexões com a cidade. A parceria com a Barbieri Engenharia reforça esse compromisso, com empreendimentos que traduzem inovação em espaços reais e funcionais.
A tendência global da cidade de 15 minutos, por exemplo, já influencia diretamente os projetos brasileiros. O conceito propõe que todas as necessidades do cotidiano sejam ligadas ao trabalho, lazer, saúde, educação ou compras, estejam a poucos minutos de caminhada ou pedalada. Essa abordagem valoriza a boa localização, reduz a dependência do automóvel e estimula uma vida mais saudável e sustentável.
Para Mannrich, esse modelo transforma o tempo de deslocamento em tempo de vida e cria bairros integrados, com diversidade de usos e maior senso de pertencimento. “A arquitetura deixa de pensar em edifícios isolados e passa a desenhar espaços que ampliam as possibilidades de convivência e encontros”, destaca.
Um exemplo é o edifício Zephyr, da Barbieri Engenharia, em que a Mannz Arquitetos Associados foi responsável pelo desenvolvimento de produto, compatibilização e projeto executivo. Ele foi desenhado a partir da relação com a paisagem, priorizando a ventilação cruzada, a luz natural e a integração entre interior e exterior. Os espaços coletivos foram valorizados tanto quanto os privativos, ampliando as possibilidades de convivência e encontros. Segundo Clovis Roberto Barbieri Filho, diretor geral da Barbieri Engenharia, a preocupação com soluções inteligentes e sustentáveis está presente em todos os projetos da empresa. “Trabalhar com parceiros especializados e aptos para ir além do convencional, nos dá a segurança de entregar empreendimentos que realmente fazem a diferença na vida das pessoas e da cidade”.
Novos conceitos
Outra ideia que ganha força é a biofilia, que busca a integração da natureza à cidade de forma ampla e cotidiana. Jardins, fachadas vivas, canteiros e elementos naturais nos térreos ativos dos edifícios aproximam o pedestre do ambiente urbano, humanizam a escala da cidade e ampliam a sensação de segurança e bem-estar. A arquitetura passa a ser uma ferramenta para promover saúde mental e bem-estar coletivo, com espaços que respiram e se conectam com o entorno.
Nos projetos atuais é necessário equilibrar eficiência energética, conforto ambiental, automação predial e espaços de convivência desde a sua concepção. “Os desafios estão em tornar essas soluções acessíveis e duradouras, com materiais e sistemas que ofereçam baixo custo operacional e facilidade de manutenção ao longo dos anos. A arquitetura precisa responder à pergunta: como este espaço melhora a vida das pessoas e da cidade ao mesmo tempo?”, explica o arquiteto.
Entre as soluções construtivas já aplicadas atualmente no Brasil estão a construção modular e pré-fabricada, que reduz impactos ambientais e agiliza prazos; sistemas de reaproveitamento de água e energia limpa; materiais inteligentes que regulam temperatura, luz e acústica; e a integração urbana com ciclovias, transportes e áreas coletivas. Essas estratégias fazem com que os edifícios deixem de ser objetos isolados e passem a compor a dinâmica viva do município. A automação predial também tem transformado a experiência dos moradores. Hoje, é possível controlar iluminação, climatização, segurança e até reservar áreas comuns diretamente pelo celular. “Os sistemas inteligentes promovem uma convivência mais fluida, com espaços pensados para encontros e interações”, complementa Mannrich.
Segurança a serviço do bem-estar
As soluções construtivas inteligentes vêm incorporando tecnologias que garantem não apenas conforto e sustentabilidade, mas também segurança aos moradores. A crescente presença de veículos elétricos nos condomínios exige uma infraestrutura de recarga planejada, capaz de equilibrar eficiência energética e proteção às edificações. A aplicação de normas como a NBR 17019 e as novas Diretrizes Nacionais para Sistemas de Alimentação de Veículos Elétricos (Save) reforçam a importância de circuitos independentes, dispositivos de proteção específicos e sistemas de desligamento rápido, elementos essenciais para prevenir sobrecargas e riscos elétricos.
De acordo com César Câmara, professor em Engenharia Elétrica da Universidade Regional de Blumenau (Furb) e consultor da Franzmann Engenharia, as estações de recarga exigem grande quantidade de energia e, quando utilizadas simultaneamente, podem sobrecarregar as instalações se não houver planejamento adequado. “Novos empreendimentos já estão sendo projetados com maior capacidade elétrica, ventilação reforçada, supervisão de isolamento e sinalização acessível, além de prever integração com fontes de energia limpa, como a solar, que reduz custos e amplia a sustentabilidade do condomínio”, explica.
Mais do que um avanço tecnológico, essa integração entre segurança, eficiência e bem-estar traduz a evolução da construção civil para um modelo de moradia conectado ao futuro. “As soluções construtivas inteligentes mostram que proteger o patrimônio e as pessoas é parte essencial da experiência de viver bem”, afirma Arthur DeVito Moraes, gerente comercial da Barbieri Engenharia.
O futuro é agora
Nos próximos anos, devem ganhar espaço os edifícios carbono zero, que devolvem energia para a cidade; o uso de Digital Twins e BIM para simulações em tempo real; concretos autorregenerativos; integração com mobilidade elétrica; e soluções biofílicas em escala urbana. Essas inovações apontam para uma arquitetura que une tecnologia e sustentabilidade de forma fluida e prática. Arquitetos, engenheiros e construtoras têm papel fundamental nesse processo. São eles os mediadores entre inovação, sustentabilidade e viabilidade prática.
