O conceito de construções sustentáveis vem ganhando destaque não apenas pela preocupação ambiental, mas também pela redução de custos a médio e longo prazo, especialmente nas despesas operacionais. Embora o investimento para a construção do empreendimento seja superior, o ciclo de vida de uma edificação demonstra que esse valor é compensado durante a operação do empreendimento, com retorno ao longo da ocupação e uso do empreendimento, a partir da redução em despesas como energia e água.
Um condomínio sustentável é projetado, construído e operado para minimizar seu impacto ambiental. “Este tipo de moradia promove o uso eficiente de recursos naturais, a redução de resíduos e a economia de energia e água, criando um ambiente saudável e equilibrado para moradores e visitantes”, explica a gerente de produto da GT Building, Renata Lafraia.
O selo GBC Condomínio, do Green Building Council Brasil, reconhece empreendimentos que adotam práticas sustentáveis, promovendo eficiência energética, menor impacto ambiental e maior qualidade de vida. Segundo o CEO do GBC Brasil, Felipe Augusto Faria, ao analisar o ciclo de vida de 50 anos de um edifício, a construção representa apenas 15% dos custos totais, enquanto operação e manutenção correspondem a 85%. “Toda ação técnica e inovadora na fase de projeto e obra impacta diretamente na redução dos gastos durante a operação”, destaca Faria.
Benefícios do movimento Green Building
Este movimento combina rigor técnico com argumentos que atendem às demandas de diversos stakeholders, especialmente incorporadoras. Além dos benefícios ambientais, prédios sustentáveis oferecem uma proposta de valor robusta, beneficiando tanto os moradores quanto os investidores.
Entre os principais benefícios, destacam-se:
- Redução de despesas: A eficiência energética reduz contas de energia, além de diminuir custos de operação e manutenção a longo prazo.
- Conforto e bem-estar: Esses edifícios proporcionam maior conforto térmico e acústico, promovendo a qualidade de vida dos moradores.
- Diferenciais competitivos: Empreendimentos sustentáveis são mais valorizados, possuem maior demanda e tendem a ser vendidos mais rapidamente, contribuindo para a valorização do imóvel no médio prazo.
- Fortalecimento da imagem corporativa: Incorporadoras que adotam práticas de green building reforçam sua reputação, entregando projetos que combinam sustentabilidade e inovação.
- Apoio a incentivos financeiros: Projetos sustentáveis são mais propensos a receber incentivos financeiros e tributários, beneficiando tanto construtoras quanto compradores.
Desafios da certificação GBC
O selo é um processo técnico e rigoroso que avalia uma série de critérios, como eficiência energética, uso da água, mudanças climáticas, gestão de resíduos, conforto, qualidade de materiais e biodiversidade. Para obter essa certificação, a edificação deve apresentar um desempenho superior às exigências das normas técnicas, exigindo planejamento detalhado e execução precisa. “O segredo para alcançar a certificação é investir em inteligência de engenharia e arquitetura na fase de projetos, viabilizando a incorporação de inovações e tecnologias, enquanto se maximiza o desempenho em qualidade, eficiência, conforto e sustentabilidade”, explica Faria.
Em resumo, os empreendimentos sustentáveis vão além de uma tendência ambiental; representam uma estratégia financeira inteligente. Reduzem custos, melhoram a qualidade de vida dos moradores e agregam valor aos projetos. A combinação entre eficiência energética, conforto térmico e soluções inovadoras está transformando a maneira como construímos e habitamos, promovendo um futuro mais sustentável e economicamente vantajoso para todos os envolvidos
