Ser sustentável é um dos requisitos básicos dos condomínios atualmente. Essa cobrança acontece por parte do mercado, mas também e principalmente dos condôminos. Os moradores pedem, cada vez mais, a aplicação de medidas autossustentáveis. Agora, para terem confiança no trabalho empregado pelos condomínios, os condôminos contam com certificações e títulos que comprovam a sustentabilidade do local no qual vivem.
Entre as certificações mais conhecidas e reconhecidas no mercado condominial está a Aqua-HQE, uma certificação internacional de alta qualidade ambiental que foi adaptada e é aplicada no Brasil exclusivamente pela Fundação Vanzolini, que é uma organização sem fins lucrativos, criada e gerida pelos professores do departamento de Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
“A Certificação Aqua surge no Brasil por uma demanda de mercado. Em 2006, muitos clientes da Fundação Vanzolini, que é a principal certificadora da América Latina e muito tradicional no setor da Construção Civil, apontaram a necessidade de criar uma metodologia, uma ferramenta, um processo, uma sistemática de avaliação e demonstração de sustentabilidade nas edificações. Na ocasião, já existiam outras ferramentas de certificação sendo utilizadas no país, que não eram adaptadas para o Brasil. Então existiam algumas questões inerentes à aplicação e aderência às normas brasileiras. A questão da própria legislação do Brasil, que é diferente de outros países, as questões climáticas, entre outra série de fatores. Então, a Fundação Vanzolini desenvolveu, adaptou esse processo para o Brasil para atender essa demanda de mercado, atender as demandas dos clientes da Vanzolini, para demonstrar que, efetivamente, as suas obras, os seus empreendimentos eram realmente sustentáveis”, explicou Bruno Casagrande, gerente de marketing da instituição.
Até janeiro deste ano, 749 edifícios brasileiros já tinham obtido a certificação Aqua-HQE. Entre esses edifícios, estavam 457 prédios residenciais em construção, 236 estruturas não residenciais em construção e outros 56 edifícios não residenciais em operação. Ademais, também foram certificados nove bairros e loteamentos, um bairro e loteamento em operação, uma infraestrutura portuária, um projeto de interiores e sete empreendedores Aqua.
“A certificação Aqua para condomínios, para empreendimentos residenciais uni ou multifamiliares, pode acontecer em dois momentos: na etapa de construção ou na etapa de operação, ou seja, com a edificação já construída. O processo leva em consideração 14 categorias de desempenho ambiental, onde será avaliado a relação do edifício com o seu entorno, com a escolha dos produtos materiais, sistemas construtivos, gestão da água, energia, manutenção, conservação, as questões de conforto e saúde das edificações”, afirmou Casagrande.
No entanto, destacou Casagrande, as ações sustentáveis não podem ficar apenas para os responsáveis pelo setor condominial, como síndicos e administradoras, mas também precisam chegar até os condôminos. Para o gerente de marketing, é importante a conscientização e educação sobre os temas ambientais para que as práticas sejam empregadas em sua totalidade, gerando uma maior eficiência.
“Existe um grande movimento, sem contar, lógico, o mercado, que está muito atento quanto às questões ambientais e, realmente, existe uma certa exigência por parte das construtoras em relação à conscientização. Então, todos esses fatores contribuem para que as obras em construção tenham maior impulsionamento dentro do volume de certificações. Isso não significa que os condomínios em operação também não tenham engajamento. O que eu reafirmo, na verdade, é que essas boas práticas, primeiro, precisam permear todo o condomínio em termos de conscientização, de educação, e fazer com que, justamente, os profissionais que estão à frente do condomínio, a administradora, os próprios síndicos, comecem a observar essas práticas, tenham engajamento sobre o tema, e, justamente, que eles reflitam porque, no fundo, existe, além do aspecto da sustentabilidade como um todo, uma série de benefícios. Então, o fato de se haver, justamente, a maior quantidade de empreendimentos em construção é justamente pelos benefícios”, apontou.
Por fim, Casagrande ainda destacou que muitos são os benefícios para os condomínios que estão procurando a certificação e a expansão da área sustentável, apontando os auxílios, impulsionamentos, entre outras coisas, que os setores público e privado estão concedendo para os condomínios.
“Atualmente, você tem bancos concedendo linhas de créditos específicas para as construtoras. Hoje você tem a questão, em algumas cidades, de benefícios como redução de taxas, encargos entre outras vantagens, que envolvem o processo de construção, e isenções em termos de arrecadações e tributos, impostos como, por exemplo, o próprio IPTU. Algumas prefeituras também estão dando incentivos”, finalizou.
Essas práticas, em algumas cidades, podem render, até mesmo, desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por meio do programa IPTU Verde. O programa foi citado pelo especialista em segurança e futuro condominial Odirley Rocha, diretor de relacionamento do Porter Group, na condolive ‘Tendências de gestão para condomínios residenciais e comerciais’, disponível no Instagram da Condo.News.
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