ESG: sigla pequenina, mas com amplo significado. Do inglês Environmental, Social and Governance, em português significa Meio Ambiente, Social e Governança, e tem se tornado sinônimo de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade para as empresas.
Apesar de sua amplitude, ao se falar da sigla, não é incomum encontrar quem ache que a questão se trata de um selo, de uma certificação concedida a empresas e que se limite à responsabilidade ambiental. O ESG é, na verdade, um conceito que pode ser aplicado a qualquer lugar e que vai além, muito além, afinal, congrega conjunto de padrões e boas práticas que façam um local ser socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciado.
O termo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante um evento que reuniu instituições financeiras de diversos países e com o objetivo de definir vários critérios e ações que devem ser colocados em prática para solucionar problemas envolvendo os três tópicos da sigla.
Na produção do relatório desse evento, foi criado o material que serve como base de todas as ações ESG: o Who Cares Wins, ou, traduzindo, “Ganha quem se Importa”. Os ganhos, aliás, são muitos. A adequação ao ESG passa a ser cada vez mais um pré-requisito de competitividade e de atratividade para investidores da Bolsa de Valores, por exemplo.
Embora também sempre que se fale em ESG a sigla esteja geralmente atrelada ao corporativismo, o conceito pode – e deve – ser aplicado a outros âmbitos, como no setor condominial, por exemplo. A propósito, mesmo que sem a finalidade de lucro, o condomínio deve ser considerado como uma empresa, pois para funcionar bem, envolvendo um ambiente com grande quantidade de pessoas reunidas, requer uma gestão primorosa e isso pode ter como grande aliado os preceitos do ESG.
Com o advento da pandemia da Covid-19, o ESG revelou-se ainda de maior relevância para o setor imobiliário, uma vez que, com número tão grande de pessoas cumprindo isolamento social, todas no mesmo lugar, houve maior consumo de água e energia, conflitos entre vizinhos e tantas outras situações.
Na questão ambiental, foi e continua sendo importante a disseminação da importância das práticas de consumo consciente e do descarte adequado do lixo que, além de contribuir com o meio ambiente e com a saúde de todos que dividem o mesmo espaço, são pontos que reduzem ainda custos que podem ser investidos em variadas melhorias para a coletividade usufruir. Nesse quesito, a maior parte dos condomínios já desenvolve ações.
No âmbito social, aplica-se a atenção dada a todos os grupos, independente de sexo, cor ou religião, difundindo a necessidade do respeito às diferenças. Inclui-se também olhar para os funcionários, as condições de trabalhos, focando na promoção de um clima harmonioso e emocionalmente saudável entre os profissionais, condôminos e fornecedores.
Já na governança, os itens básicos: ética e transparência na execução de iniciativas e na prestação de contas, mantendo canais para o diálogo, para o debate saudável e para o compartilhamento de ideias que possam trazer benefícios para o todo.
No ESG, tudo deve caminhar em consonância, afinal, não adianta ser ecoeficiente e não atender questões de acessibilidade para incluir os condôminos com algum tipo de limitação, por exemplo. Ter uma prestação de contas rigorosa não é suficiente se determinadas medidas poderiam otimizar os recursos e enxugar gastos sem interferir na qualidade do serviço prestado. Enfim, uma coisa puxa a outra.
O ESG também vai além de atos. Nele, representantes de empresas, de condomínios ou de onde mais for, se tornam não só agentes executores de ações, mas também multiplicadores de conceitos e filosofias, por meio de iniciativas e campanhas que tragam reflexões e que podem mudar comportamentos e a vida das pessoas. E quando as pessoas mudam, o mundo muda também.
As práticas do ESG são um caminho sem volta em todos os níveis da sociedade, tornando-se estratégicas para a administração, seja empresarial, seja condominial e agregando valor ao cotidiano de quem nesse conceito está inserido. São dores e delícias típicas das jornadas de transformação, e necessárias para a evolução do ambiente em que se vive e das pessoas que nele integram. A base das ações ESG, o “Ganha quem se importa”, faz plenamente todo o sentido.