Com a chegada do fim do ano, muitos condomínios buscam transformar o espírito natalino em ação solidária. Campanhas de arrecadação de alimentos, brinquedos e roupas são oportunidades valiosas para unir moradores em prol de quem mais precisa — mas o sucesso dessas iniciativas depende de planejamento, ética e transparência.
O primeiro passo é a organização da coleta. Formar um pequeno comitê de moradores ou síndico social facilita o controle das doações e a comunicação com todos. Definir pontos fixos de arrecadação, prazos e metas claras motiva a participação e evita desperdícios. A divulgação deve ser feita de forma simples e constante, com cartazes nos elevadores, mensagens em grupos do
condomínio e e-mails informativos.
Outro ponto essencial é o uso ético da imagem das pessoas beneficiadas. Fotografar ou divulgar rostos de crianças e famílias atendidas só deve ocorrer com autorização expressa e, de preferência, mediada pela instituição parceira. O foco das comunicações deve estar no gesto solidário, não na exposição de quem recebe a ajuda. Preservar a dignidade é um valor tão importante quanto a própria doação.
Por fim, estabelecer parcerias transparentes com ONGs locais garante credibilidade e impacto real. É fundamental escolher organizações com histórico de atuação e prestar contas aos moradores sobre o destino das arrecadações. Relatórios simples, fotos das entregas (sem expor beneficiários)
e mensagens de agradecimento fortalecem o engajamento coletivo.
Um Natal social bem estruturado mostra que solidariedade e responsabilidade podem caminhar juntas. Mais do que doar, é sobre construir uma cultura de empatia e confiança dentro da comunidade condominial — um presente que dura o ano inteiro.
*Por Léa Saab Faggion é advogada e gerente de vendas da OMA, empresa que atua há 50 anos atua na administração condominial
