O walkability — índice que mede a facilidade de deslocamento a pé para acessar comércio, serviços e transporte — vem se consolidando como critério de compra de imóveis. Nos Estados Unidos, pesquisa realizada pela National Association of Realtors em 2024 aponta que 79% dos entrevistados consideram essencial viver em bairros com essas características. O Zillow Consumer Housing Trends Report do ano passado confirma a tendência: 62% dos compradores, sobretudo da Geração Z e dos millennials, priorizam regiões com boa “caminhabilidade”.
No Brasil, o movimento também avança. Levantamento da ABRAINC em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, realizado em 2024, indica que 65% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por imóveis bem localizados, enquanto 27% valorizam o fácil acesso ao transporte público e às principais rodovias. A pesquisa mostra ainda que a sustentabilidade ganhou relevância: 59% dos entrevistados consideram os imóveis sustentáveis fator determinante na decisão de compra, reforçando que localização e responsabilidade ambiental caminham juntas como diferenciais de mercado.
“O consumidor atual procura mais que um imóvel. Ele quer qualidade de vida associada à mobilidade e à sustentabilidade. Morar em um bairro onde é possível resolver boa parte das necessidades a pé, aliado a práticas construtivas responsáveis, aumenta não apenas o bem-estar, mas também o potencial de valorização do investimento”, afirma o diretor de Incorporação da GT Building, Marcello Malucelli Thá. A construtora acaba de lançar o Linea, no bairro de Portão, em Curitiba, localização apresenta índice de walkability de 98%, permitindo que moradores atendam grande parte das demandas do cotidiano a pé. No campo da sustentabilidade, o projeto adota práticas como gestão de resíduos, reciclagem, controle de erosão, redução de emissão de poeira e melhoria da qualidade do ar durante a obra.