Os animais de estimação vêm ganhando mais protagonismo no cotidiano das famílias brasileiras. Um levantamento realizado pela uCondo, empresa especializada em tecnologias para gestão condominial, mostra que 24% dos condomínios da base da empresa possuem algum animal de estimação entre seus moradores. Para Léo Mack, cofundador e diretor de operações da instituição, esse dado sugere a importância de considerar os animais no planejamento e na gestão da vida em condomínio.
Apesar da presença expressiva dos animais nos condomínios, o estudo mostra que menos de 1% dos condomínios conta com áreas dedicadas exclusivamente aos pets, como parquinhos ou espaços de convivência. “Hoje, isso pode influenciar diretamente na escolha de uma família por morar ou não em um condomínio”, afirma Léo.
Dados da Opinion Box, que ouviu mais de mil tutores de animais em todo o país, reforçam essa ideia: 77% dos entrevistados afirmaram que gastariam quanto fosse necessário para manter seus pets saudáveis e seguros. Além disso, 50% dos tutores consideram muito importante (33%) ou importante (17%) que os lugares que frequentam aceitem animais, e 45% já deixaram de ir a locais que não são pet friendly.
Mack aponta como ter ou não um espaço dedicado aos bichos muda a dinâmica do condomínio. “O uso de áreas comuns pelos animais é o terceiro motivo de mais reclamações dos moradores. Criar um espaço pet evita o uso indevido de jardins ou parquinhos para crianças, e neste caso é também uma questão de segurança para elas. Isso contribui para a boa convivência entre os moradores”, explica o executivo.
Conflitos animais
Entre os principais motivos de reclamações envolvendo animais de estimação, o barulho lidera a lista, com 45% das queixas. Em seguida, aparecem problemas relacionados à higiene (28%), ao uso inadequado das áreas comuns (18%) e, por fim, ao comportamento dos pets (8%). Segundo Léo, essas ocorrências podem ser reduzidas se houver um regulamento interno do condomínio que trate da presença dos animais com equilíbrio, que concilie o direito de ter animais com orientações práticas para o uso compartilhado dos espaços, com regras claras e realistas.
Metodologia da pesquisa
Ao todo, a uCondo contabilizou mais de 37 mil animais registrados em seu sistema. Os cães são maioria, com 66%, seguidos pelos gatos, com 31%. Os 3% restantes incluem aves (1,6%), coelhos (0,4%), roedores (0,4%) entre outros (0,6%). “Neste ano apresentamos também uma curiosidade: encontramos um ouriço e três cabras registrados nos condomínios”, comenta Léo. Para ele, essa diversidade de bichos no meio urbano mostra o quanto devemos estar atentos à convivência com animais, desde que alinhados com os cumprimentos do regimento interno e convenções de cada condomínio.