De acordo com uma pesquisa do Instituto SAS, os brasileiros são um dos principais alvos de ataques cibernéticos do mundo: 8 em cada 10 respondentes alegaram já ter sofrido algum tipo de fraude digital. Links corrompidos, hackeamentos e ligações falsas causam preocupação especialmente no ambiente condominial, setor responsável por movimentar R$165 bilhões por ano no país. De acordo com Fernando Willrich, vice-presidente da BRCondos, administradora de condomínios do Brasil, em um mundo cada vez mais digital, estratégias de prevenção são essenciais para mitigar o problema.
Para ajudar moradores e síndicos a se prevenirem contra esse tipo de problema, o executivo listou os golpes mais comuns no setor e explicou como evitá-los.
Boleto falso
“O golpe do boleto falso é um dos mais comuns atualmente”, alerta Fernando. Nesse tipo de ação, os criminosos se passam por empresas e enviam boletos adulterados de contas como água, luz e condomínio. Apesar de parecerem autênticos, há uma série de detalhes que podem indicar se o documento é confiável ou não, como remetente do e-mail e dados do beneficiário ao pagar.
Fernando também alerta que é preciso tomar cuidado ao solicitar a segunda via de um boleto. “Atualmente, a média nacional de inadimplência condominial é de quase 12%. A quitação dessas dívidas é importante, mas deve ser feita com cuidado para não ampliar os problemas. Já vi casos de pessoas que, ao atrasar uma conta, buscaram na internet ‘como pagar boleto vencido sem juros’ e caíram em golpes de boletos falsos. Esse tipo de cobrança só pode ser extraída do site oficial da administradora, nunca via terceiros”, enfatiza.
Roubo de identidade
O roubo de identidade é um golpe que tem se tornado cada vez mais comum com o uso da inteligência artificial, utilizada pelos golpistas para clonar e alterar vídeos, fotos e áudios. “Nesses casos, os criminosos clonam as redes sociais de lojas ou pessoas e entram em contato pedindo dinheiro. A ação funciona como uma corrente, sempre passando de um perfil para outro e hackeando sucessivamente as próximas vítimas. Os criminosos assumem a identidade e contas bancárias das vítimas “, conta Fernando.
Para evitar problemas do tipo, entre em contato com a pessoa via outros canais para confirmar a veracidade da mensagem. Caso alguém avise que o seu perfil está sendo utilizado para aplicar esse tipo de golpe, Fernando orienta a alertar o mais rápido possível todos os seus conhecidos, para que eles não sejam enganados.
Phishing e arquivos infectados
Essa é uma das táticas mais utilizadas pelos golpistas, que manipulam a vítima para coletar informações de contas bancárias ou cartão. Nesses casos, os criminosos fingem ser uma entidade confiável e costumam utilizar plataformas como WhatsApp, e-mail e SMS. É muito comum que os golpistas entrem em contato alertando sobre uma suposta aprovação no cartão de crédito ou aviso de compra feita pela pessoa. A partir desse pretexto, enviam links que redirecionam a vítima para páginas falsas com solicitação de informações sensíveis.
“Nesses casos, o primeiro alerta que deve ser acionado é em relação ao tipo de contato. Bancos não costumam ligar para os clientes, então esse já é um indicativo de algo pode estar errado. O mesmo vale para as administradoras de condomínio: se a sua administradora não costuma fazer ligações, desconfie. Não clique em links, nem passe suas informações”, adverte Fernando.
Segundo o executivo, o mesmo cuidado vale ao baixar arquivos da internet. Arquivos infectados com malwares – softwares maliciosos projetados para explorar vulnerabilidades da rede – podem roubar dados pessoais do computador ou celular.
Clonagem de cartão
Finalmente, Fernando alerta para os cuidados com ligações alertando sobre transações suspeitas ou informando um bloqueio de contas. “Novamente, bancos não costumam fazer ligações desse tipo. Quando golpistas fazem esse tipo de solicitação, muitas vezes os seus dados já foram subtraídos e faltam apenas a senha para a realização do golpe. Então nunca passe informações por telefone, verifique seus aplicativos de banco ou entre em contato com o canal oficial da sua instituição bancária”, finaliza.