Os condomínios passaram por uma grande expansão nas últimas décadas e se tornaram comuns no ambiente urbano em todo o mundo. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, o número de edifícios condominiais quase dobrou em três décadas, se contado apenas condomínios verticais. A população desses locais é estimada em 68 milhões de pessoas, o que representa cerca de 1/3 da população brasileira. Apesar disso, nem todos os munícipios do país tem leis para fiscalizar o tratamento de resíduo dos condomínios, ou seja, em muitos desses edifícios o gasto é grande, sem que na maioria das vezes sejam pensadas medidas sustentáveis.
Em um mundo cada vez mais preocupado e comprometido a tomar medidas sustentáveis, medidas como coleta seletiva, água de reuso, reciclagem e compostagem de resíduos orgânicos que podem sustentar hortas orgânicas criando uma oportunidade de produção de alimentos saudáveis e baratos com o que ia ser jogado fora. Sem contar que uma horta no condomínio é uma grande oportunidade de vivências das crianças que devem ser envolvidas no processos. Ninguém é mais multiplicador que crianças. Essas são algumas práticas simples de serem implementadas que resultam em grandes benefícios para o meio ambiente e para nós humanos. A manutenção e ou a criação de áreas verdes que além do embelezamento do ambiente, a cobertura verde principalmente quando contemplam árvores, diminuem a temperatura do local e abrigam espécies de animais nativos que são predadores de pragas urbanas, é o que explica Jorge Carvalho, especialista em meio ambiente e paisagismo com expertise em sustentabilidade, diretor da empresa Sítio Carvalho Plantas.
“Os moradores podem ajudar na coleta seletiva, na conservação da limpeza, pois vai demandar menos produtos químicos, para limpeza local. Além disso, podem economizar água e energia, utilizando-as de forma mais racional. Diminuir o uso da água em atividades simples e corriqueiras como a lavagem das mãos. Molhar as mãos, desligar a torneira enquanto ensaboa e esfrega as mãos e só abrir novamente a torneira novamente para enxaguar. Pode parecer pouco, porém, no somatório final este pequeno cuidado cria uma grande economia e ajuda a criar um ambiente mais sustentável. Os moradores também podem ajudar a diminuir o gasto energético dos condomínios, com o uso de ferramentas mais inteligentes como válvula de redução de pressão nas torneiras e torneiras com fechamento automático de água, lâmpadas de baixo consumo como as de led e sensores de presença que ligam e desligam a iluminação automaticamente de acordo com a demanda. São basicamente, pequenas atitudes que ao final dão uma diminuição enorme no consumo de recursos e que poupam dinheiro dos condôminos”, explicou Jorge.
Sustentabilidade e renda extra através dos créditos de carbono
Novas moedas vêm sendo pensadas com o avanço dos estudos e da tecnologia. Temas como a Economia azul, ou Economia do mar, Economia verde estão englobados nas políticas sustentáveis e que podem ser convertidas em dinheiro ou a economia dele. O especialista em mobilidade elétrica e créditos de carbono, Igor Bastos é quem comenta sobre o assunto. Ele é diretor da empresa Ventane Motors, líder de mercado na comercialização em bikes e motos elétricas, que recentemente adquiriu 10 créditos de carbono macroalgas marinhas da espécie kappaphycus alvarezii, que são uma das principais fontes de neutralização do carbono emitido na utilização da frota comercializada.
“Tivemos o cuidado de contratar uma empresa especializada em negócios sustentáveis, para fazer o levantamento da nossa pegada de CO2, e após calcular a emissão estimada para toda a nossa operação em 2023, uma segunda empresa parceira após a certificação, cuida do manejo através da secagem e micronização da biomassa destinando o material reduzido para parceiros da agricultura, que podem reaproveitar para produção de cosméticos e ração, por exemplo”, explicou o empresário.
Segundo ele, os condomínios também podem contribuir com o tratamento de resíduos através da compostagem em larga escala, podendo gerar créditos de carbono. “Por exemplo, uma empresa que consegue coletar todos os resíduos de condomínios de uma determinada região, cria viabilidade para geração destes créditos de carbono”, destacou Igor.
Outro ponto citado por ele, é a abordagem que tem sido utilizada por alguns condomínios na chamada “Soluções baseadas na natureza”, que são medidas tomadas por esses locais para reduzir o consumo de energia elétrica e recursos naturais. Um exemplo é a criação de um telhado com vegetação, que diminuirá a temperatura do local e fará com que os moradores utilizem menos ar condicionado e ventiladores para se refrescar.
