Se antigamente a sustentabilidade não se configurava como tema central do plano de negócios das empresas, hoje isso deixou de ser apenas uma opção. Afinal, quem quiser se destacar no ambiente corporativo precisará dar a devida importância à questão.
É o que apontam diferentes pesquisas com foco na geração Z, que inclui todos os nascidos após 1995 e é considerada a maior parte da população consumidora do mundo.
Segundo a ONG americana DoSomething, por exemplo, uma das principais características dos consumidores dessa geração é ser “sustentável por padrão”. Não à toa, mudanças climáticas e a sustentabilidade são tópicos apontados como as principais preocupações destes consumidores.
Se tais questões estão tão presentes na vida deles, não me surpreende que isso esteja, também, moldando o futuro dos negócios, uma vez que correspondem a 2,6 bilhões de pessoas e possuem aproximadamente 30% da capacidade global de consumo, de acordo com o relatório Report Web Summit 2022. Até o final dessa década, eles responderão por metade do poder aquisitivo mundial, transformando-se na grande força impulsionadora das estratégias de negócios das empresas.
Isso já causou um impacto visível na maneira como esses novos consumidores gastam dinheiro, incluindo onde escolhem viver, impactando também o setor da construção civil: a incorporação de design minimalista, práticas de construção eficiente – incluindo materiais e tecnologias ecologicamente corretas – já estão sendo rapidamente incorporadas pelo segmento.
Mas é preciso ir além. Se hoje a Geração Z está profundamente comprometida com escolhas que se alinhem com seus valores, muitas vezes colocando a saúde do planeta em primeiro lugar, essa é uma tendência que deve continuar e se enraizar nos futuros consumidores.
Cabe agora à indústria da construção civil se adaptar para conquistar essa nova fatia de mercado, que promete ser a mais exigente até então. Incluir materiais reciclados e prática sustentável na declaração de missão não será suficiente. É preciso praticar o que se prega. A geração Z está cobrando mudanças e eles querem que as marcas intensifiquem suas ações.
Design ecológico, que aproveite a iluminação natural, uso de materiais sustentáveis diminuindo as emissões de carbono, além da utilização da tecnologia para a economia de energia, como painéis solares e funcionalidades que reduzam o desperdício de água, já são diferenciais que estão na lista de desejos desse comprador.
Reconhecer e incorporar tais preferências e hábitos de compra da geração Z é o único caminho para capitalizar esse jovem mercado e fazer a diferença no setor imobiliário.
Esse é, sem dúvidas, o verdadeiro avanço do setor.
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*Por Bruno Fabbriani, CEO da BFabbriani Incorporadora