A administradora de condomínios Estasa realizou uma pesquisa em sua base de mais de 600 condomínios distribuídos por todos os bairros da cidade do Rio de Janeiro para entender qual é o perfil do síndico que atua na capital. Profissão de extrema importância, tendo em vista que ele é o responsável pela manutenção e cuidado de residências, salas, lojas e escritórios, a atividade apresenta grande diversidade de idade. O que mais chama atenção é que aproximadamente 75% dos síndicos tem 50 anos ou mais. Além disso, 47%, ou seja, quase metade dos síndicos entrevistados, tem mais de 60 anos, o que evidencia uma maior presença da terceira idade executando essa função. O levantamento levou em conta moradores que são eleitos em assembleias e ainda síndicos profissionais. E descobriu idosos acima dos 80 anos em plena atividade.
Dona Iracy Pinheiro, de 86 anos, foi uma das mais idosas encontradas pela pesquisa. Ela, que atua como síndica do Condomínio Solar Barão de Limeira, em Copacabana, há muitos anos, conta que adora a ocupação. “Já estou na sindicância há muitos anos. É um trabalho que exige muita responsabilidade, disponibilidade e vigilância. Mas, com a ajuda de amigos e da maioria dos condôminos, consigo cumprir as obrigações com controle e dedicação.”, explicou.
“O levantamento nos mostrou que o etarismo não é problema para ser síndico e se a participação deste público é relevante, pode ser explicado por duas características – tempo para se dedicar e gosto por se relacionar com pessoas. Os demais moradores costumam valorizar isso e apoiam bastante os mais idosos”, declarou Luiz Barreto, coordenador do estudo e presidente da administradora Estasa. No Rio, hoje a idade média do síndico é de 58 anos, sendo que o mais idoso encontrado no levantamento tem 88 anos e o mais jovem, 24 anos.
E os jovens?
Uma tendência dos mais jovens na sindicatura aconteceu com o aumento dos síndicos externos ou profissionais, que são pessoas contratadas para atuar como síndico quando nenhum morador quer assumir esse papel. Nesta outra ponta do levantamento está o jovem Darllan Dias da Silva, de 24 anos, síndico profissional do Condomínio Joatinga, em Ipanema, que explica que no início estava receoso se iria ser respeitado em sua posição de autoridade por conta da idade. “Venho mostrando o meu trabalho e respeito aos moradores e funcionários e, por isso, dificilmente tenho enfrentado problemas do tipo.”, conta Darllan. “O nosso trabalho consiste em ser bastante presente nos condomínios, tentando solucionar os problemas da melhor maneira e em menos tempo possível. O grande desafio, na minha opinião, é satisfazer os moradores, visto que nem sempre a vontade está alinhada com os outros moradores e conselho. Além disso, lidamos com diversos perfis de pessoas e isso exige muita calma.”
Zona Sul é onde faixa etária é mais alta
A maior variação por idade acontece nas análises feitas por região. Regiões com construções mais antigas na cidade apresentam uma idade maior do síndico. Na Zona Sul, a média da faixa etária dos síndicos é de 61 anos, em especial em Copacabana, em que a média é 67 anos. E as regiões mais novas, como a Zona Oeste, apresenta síndicos mais jovens, com a média de 52 anos de idade.