O caminho do combate à criminalidade, em busca de uma segurança pública exemplar, com quedas consideráveis nos índices, é longo e de muitos percalços. As políticas precisam ser sempre pensadas a longo prazo e integradas entre níveis federal, estadual e municipal. Não é uma tarefa fácil, mas precisa ser enfrentada e planejada pelos novos governantes.
Nos últimos anos, sentimos uma melhora nos dados, como mostra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, desenvolvido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que foi atualizado no último mês. O estudo aponta uma redução nas mortes violentas no ano de 2021. A queda foi de 6,5%, sendo um total de 47.503 vítimas.
Ainda é um número muito alto, mas é o início de uma mudança na curva, que seguiu crescente por muitos anos. Políticas públicas colocadas em prática, aliadas ao aumento das tecnologias e inteligências para combater o crime, surtiram efeito na ponta e influíram nesses novos resultados.
Em 2021, a média foi de 22,3 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Um grande desafio ainda é a disparidade entre estados. Enquanto o Amapá possui uma taxa de 53,8 mortes para cada 100 mil habitantes, em São Paulo, este número é de 7,9. Por isso, os novos mandatários do país terão de pensar, cada vez mais, em políticas que possam equilibrar essas taxas em todo o território nacional. Uma boa prática é o intercâmbio de ideias entre as federações. O que está dando certo precisa servir de exemplo e ser replicado, conforme a realidade de cada localidade.
Uma esperança crescente para o futuro é o acesso à internet. A chegada do 5G e a disseminação dessa tecnologia devem facilitar as ações. Além da possibilidade do uso de soluções avançadas, a troca de informação entre todos os Estados deve ser aprimorada. Mapeamento de facções criminosas, assim como estratégias para asfixiar financeiramente essas organizações, são ações que podem e devem ser ampliadas.
O endurecimento das medidas contra o tráfico de drogas também é um caminho muito importante para ser aprofundado. Quanto mais apertarmos o cerco e criarmos leis mais atuais e severas para punir quem pratica esse tipo de crime, mais inibiremos o crescimento e fortalecimento dessas práticas ilegais.
Os novos governantes terão a missão de elevar o combate ao crime e melhorar ainda mais as estatísticas atuais. Existe já um caminho que começou a ser percorrido e precisa ser seguido. As diminuições nas taxas de mortes violentas não podem servir para afrouxar o combate. Muito pelo contrário. Precisa servir de estímulo para nos mostrar que existe, sim, possibilidade de vencermos essa guerra e evitarmos muitas mortes.