Investimentos em real estate é uma expressão utilizada para englobar todas as opções de investimentos no mercado imobiliário, tanto na negociação de imóveis físicos, venda e aluguel como também de investimentos feitos em fundos imobiliários. Numa tradução literal o termo significa “propriedade real”, transmitindo a ideia de um bem físico, tangível.
Apesar do aquecimento do mercado durante a pandemia com a inclusão do trabalho híbrido, em 2022, a alta da inflação no mundo, a taxa de juros no Brasil retornando à casa dos dois dígitos, o agravamento da crise de matérias-primas e materiais de construção devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia acarretaram a retração dos investimentos, principalmente quando falamos sobre investimentos de risco e não líquidos, que é o caso do mercado imobiliário.
O segmento teve que se mexer e se adaptar com novas formas de compra e venda, acelerando sua digitalização, incluindo tecnologias para a liquidez de investimentos. Nesse último ponto, o mercado de real estate estará voltado nos próximos anos para a tecnologia do blockchain.
Apesar de visto por muitos apenas como a tecnologia das criptomoedas, o blockchain também é considerado por alguns especialistas como a inovação tecnológica mais importante desde a criação da internet. É um termo para as tecnologias de registros distribuídos, cujas alterações são efetuadas por transações organizadas em blocos conectados.
Essas redes podem ser programadas para rastrear e registrar qualquer tipo de valor, não apenas transações financeiras, mas também escrituras de imóveis, ações da Bolsa de Valores, identidades digitais, registros de uma cadeia de suprimentos, gestão de dados, entre outras.
A estimativa é de que o mercado global de aplicações da tecnologia blockchain acumule US$ 20 bilhões em receita até 2024. O mercado imobiliário global vale centenas de trilhões de dólares. Ao tokenizar a propriedade real, os ativos podem ser negociados como ações em uma bolsa e as transações podem ser feitas on-line, com as novas plataformas assumindo funções como listagem, pagamentos e documentações legais.
Custos são cortados com os intermediários de compra e venda e as taxas cobradas por transação, trazendo mais retorno aos proprietários. E a agilidade da transação também ocorre com compradores e vendedores conectados.
Com a tecnologia do blockchain é possível codificar o fracionamento dos imóveis. Um vendedor não precisa esperar por um comprador que possa pagar pela propriedade inteira para obter algum valor. Ao permitir a propriedade fracionada, o blockchain também reduz as barreiras para o investimento imobiliário.
No caso de criptomoedas e tokens, os ativos podem ser prontamente negociados por moedas fiduciárias por meio de trocas. Com o blockchain, os investidores acessam um aplicativo de negociação para comprar e vender até frações de tokens como bem quiserem. Evitam, inclusive, custos e tempo com o gerenciamento de suas propriedades, como manutenção e aluguel.
Sobre a segurança dos dados, as informações armazenadas no blockchain são acessíveis a todos os players da rede de forma transparente e imutável. Cada transação é verificada ao mesmo tempo por vários computadores diferentes, sendo praticamente impossível adulterar dados com algum interesse criminoso.