Com as mudanças climáticas e diversos impactos ambientais que o mundo já está mostrando, algumas camadas da sociedade estão se mobilizando para reduzir esses impactos, uma delas é a da construção civil. Muitos condomínios novos e antigos se mobilizam para realizar projetos mais sustentáveis.
Mas antes de entender como isso acontece, é preciso compreender como as construções civis convencionais prejudicam o meio ambiente. Confira a explicação do engenheiro ambiental envolvido em projetos de inovação na construção civil e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, David Zee: ”É simples. Os resíduos que ela [construção civil] produz, como materiais em excesso ou demolidos, quando descartados incorretamente, prejudicam um ecossistema. Uma das soluções seria reciclagem desses resíduos para novas construções”, destrinchou.
A construtora de imóveis residenciais Cyrela faz exatamente essa reutilização de resíduos em novas obras, entre outras ações sustentáveis. ”Possuímos diversas práticas sustentáveis que conferem consciência às obras, sem abrir mão da qualidade. Como exemplo, podemos citar: tratamento térmico das lajes de cobertura, gestão de resíduos nos canteiros de obras, uso de produtos certificados como o FSC e PSQ, duplo acionamento nas bacias sanitárias, otimização de matérias-primas durante as obras, dispositivos de economizadores de água nas áreas comuns, coleta seletiva de lixo, sistema para reutilização de água da chuva, entre outras”.
Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), organizadora do Movimento Biosphere World (BW), também concorda com a estratégia da incorporadora. ”As novas construções podem ser planejadas para diminuir os impactos ambientais, por meio da adoção de certificações verdes e de soluções que busquem maior produtividade, menor geração de resíduos, menor uso de matérias-primas e recursos naturais, maior uso de tecnologia para evitar desperdício e retrabalho, utilização de materiais mais sustentáveis que possibilitem reciclagem ao final da vida útil do empreendimento, além da busca por eficiência energética e por eficiência no uso de água, entre outros”, destacou.
Mas e com relação aos prédios antigos?
Mamede também fala deles. O presidente da associação mostra que pequenas mudanças já surtem efeito quando o assunto é sustentabilidade.
”No caso dos condomínios antigos, é possível realizar adaptações para diminuir os impactos ambientais. Para melhorar a eficiência energética, por exemplo, pode-se trabalhar na atualização dos elevadores, na implantação de sistemas para acionar a energia quando necessário, na implementação de sistema de energia renovável, entre outros. Pode-se também trabalhar na diminuição do consumo de água, por exemplo, utilizando água de reuso para lavagem de áreas comuns, na menor geração de resíduos no condomínio, na separação por tipo de resíduo para realizar a coleta seletiva”, garantiu.
De fato é possível realizar essas mudanças. Um exemplo claro disso é o que aconteceu com o síndico profissional, Pedro Cantisano, no condomínio Le Parc, na Barra de Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele, que tem mais de 20 anos de experiência com administração de condomínios, fala sobre diversas ações sustentáveis que podem ser realizadas. ”Com as mudanças de tratamento de esgoto na cidade do Rio, nosso antigo local de tratamento foi totalmente higienizado e agora serve como reservatório para a água da chuva. A cobrança também passou a ser individualizada por apartamento. Ou seja, cada um irá pagar pela proporção que consome. Isso por si só já gerou uma diminuição do uso”, explicou.
Com relação à reciclagem, Cantisano informou que em cada um dos 13 blocos do complexo residencial existe uma estação para a coleta de lixo com as categorias de cada um para o descarte. Isso faz com que os 2.300 moradores do condomínio descartem seu lixo de forma mais ecológica. Ele também falou sobre a economia de energia:
”Houve a substituição de mais de 2560 lâmpadas fluorescentes por leds, economizando material como reator e reduzindo o tempo de mão de obra para substituição de lâmpadas. Além disso, realizamos um estudo para implantação do sistema de energia solar, que trará uma economia garantida de 30%. Devemos assinar o contrato nesta semana”, explicou.
Ajuda financeira para ações sustentáveis
A CashMe oferece uma linha de crédito para condomínios que desejam investir em energia limpa, financiando 100% do valor do projeto, para implantação imediata, com taxa de juros de 0,99% ao mês. A carência para o primeiro pagamento é de até seis meses e o prazo de pagamento é de até 10 anos. Os interessados podem pedir uma proposta clicando aqui.