Inovações tecnológicas ocorrem a todo momento. Para não ficar para trás, é necessário ver um passo adiante. Esse tem sido um dos principais desafios do síndico do futuro, que precisa estar em constante atualização e aberto a novas experiências condominiais. No entanto, diante de um período com tantas inovações em pouco tempo, o que não pode faltar em um condomínio gerido por esses síndicos?
De acordo com Gisele Fernandes, gerente geral da OMA, que atua na administração condominial, venda, locação e administração de imóveis, as inovações tecnológicas precisam somar em facilidade, agilidade, eficiência, dinamismo e assertividade de gestão para a prestação de serviço. Ademais, as inovações precisam ter segurança voltada para a tecnologia, além de serem ferramentas transparentes. Sendo assim, o condômino poderá interagir com as áreas comuns do condomínio, como ter acesso à informação ou reservar um espaço, de forma segura.
“O que não pode faltar em um condomínio, em termos de tecnologia, são ferramentas digitais, onde o condômino interage facilmente com o condomínio, tanto relacionado à sua área privativa, no que diz respeito ao seu apartamento, quanto as áreas comuns do condomínio. […] Então, as ferramentas tecnológicas em favor do condomínio, em favor dos condôminos, hoje, são difundidas em grande escala, são necessárias. A vida moderna impacta nisso, implica em você ter, à sua disposição, serviço transparente, rápido, ágil, você interagir de forma dinâmica. Alguns condomínios, inclusive, dentro do seu espaço físico, já operam com questões tecnológicas para acesso, para identificação. […] A tecnologia está cada vez mais presente na automatização e na entrega do serviço, na percepção do condômino ao adquirir um serviço rápido, ágil, assertivo e que atende as suas expectativas enquanto condômino dentro do condomínio”, explicou.
Somada a essas inovações, também há uma tendência de diminuição de pessoas que trabalham em condomínios. Isso porque, esses trabalhadores seriam substituídos pela automatização de alguns serviços condominiais. Apontado por Fernandes, a tendência foi confirmada pelo coordenador de MBA da Faculdade Impacta de Tecnologia, Eduardo Endo, que afirmou que uma das próximas inovações a ganharem maior espaço no mercado condominial brasileiro é o selfchecking.
“Existe uma tendência forte do selfchecking que seria a possibilidade do próprio visitante se cadastrar sem o uso de um funcionário humano para a sua liberação, o que incorre na diminuição de custos. Existe também uma forte tendência da utilização de tecnologias autossustentáveis para um ambiente mais equilibrado, estas iniciativas vão desde energia solar, o que já é bem comum, até estações inteligentes de tratamento de água, estações de reciclagem e hortas comunitárias”, destacou Endo.
Inovação tecnológica com autossustentabilidade
A autossustentabiidade em condomínios é um conceito que chegou e já é aplicado, em diferentes níveis, no Brasil. Em questão do uso de água, por exemplo, há relatos que vão desde condomínios que adotaram a ecolavagem para a limpeza de carros até locais que instalaram uma Estação de Tratamento de Águas Cinzas (ETAC), que pega a água utilizada no banho dos apartamentos e a reutiliza para a descarga nas privadas sanitárias.
Ademais, esse conceito também tem contado com a inovação tecnológica de empresas internacionais, como é o caso da Polysolar, que é especializada em vidraçaria para gerar energia solar. A empresa, assim como outras da área sustentável, foi citada por Odirley Rocha, que é especialista em tecnologia e diretor de relacionamento do Porter Group.
Agora, o conceito de flexibilidade e autossustentabilidade também precisam andar juntos, segundo Gisele Fernandes. Isso porque, precisa existir a possibilidade de diferentes inovações e transformações dentro dos condomínios que foram recentemente criados. Dessa forma, novas tecnologias podem ser implementadas para auxiliar a vida do síndico do futuro, que, por sua vez, precisará estar atualizado para saber geri-las da melhor forma possível.
“Os condomínios precisam ser sustentáveis, flexíveis. O condomínio precisa ser multiuso. Então, o condomínio precisa estar preparado para isso, ele precisa ser acessível, ele precisa estar preocupado em ser sustentável, em produzir sua própria energia, em tratar sua própria água – os condomínios verdes. São conceitos que vêm de fora e que se adaptam ao Brasil. Já tem muitos condomínios que já nascem com esse conceito ou buscam se adaptar a esse conceito. Então, tem que estar preparado para isso. O condomínio precisa ser flexível, ele precisa ser construído, hoje, para receber tecnologias mais para frente. Ele tem que ser planejado”, apontou.
Necessidades tecnológicas
Inovação, em sua esmagadora maioria, é sinônimo de redução de custo em um determinado espaço de tempo. Se em um primeiro momento pode elevar o valor, devido o investimento na implementação, a tendência é que, depois de algum tempo, esse custo seja diluído, gerando uma verdadeira economia para o condomínio, o que, também, maximiza a qualidade dos serviços prestados.
Questionado sobre o que não pode faltar mais em condomínios, em termos de tecnologia, Eduardo Endo elencou algumas das principais inovações, implementadas nos últimos tempos, com as quais a maior parte dos condomínios não vivem sem.
- Câmeras inteligentes com reconhecimento de seres humanos, que aumentam a segurança e facilitam a vida dos vigilantes;
- Trancas inteligentes que funcionam conectadas à internet e conseguem gerar relatórios de entradas e saídas dos moradores em áreas comuns;
- Reconhecimento facial para controle de entrada de visitantes e moradores.
- Sistema para controle de entregas e delivery, a pandemia aumentou muito a quantidade de pacotes sendo entregues, o que é uma tendência que não deve mudar;
- Sistema para controle de reserva de salão de festas e áreas comuns. Na pandemia foi necessário um controle maior da quantidade de pessoas para a utilização dos espaços e esta é uma tendência que deve continuar;
- Aviso via WhatsApp de maneira padronizada para os moradores. O uso da ferramenta queridinha do Brasil entrou nos condomínios de maneira a criar um canal de comunicação rápido e prático;
- Reuniões em formato digital. Durante a pandemia, as reuniões em condomínio foram neste formato e devem continuar nos próximos anos;
- Elevadores inteligentes que melhoram a eficiência em termos de economia para o condomínio e velocidade de deslocamento para os usuários.