Administrar um condomínio não é tarefa fácil. Cada vez mais são construídos grandes complexos residenciais que oferecem a seus moradores diversas facilidades e comodidades que permitem que eles tenham desde uma programação completa de lazer até mesmo resolver a maior parte de seus afazeres sem sair de suas dependências. Por isso é necessário que o síndico conte com uma rede de parceiros qualificados para realizar uma gestão eficiente e que consiga agradar a um maior número de pessoas. E uma figura importante nesse jogo são as administradoras de condomínio, que são responsáveis por cuidar da parte administrativa, jurídica e de recursos humanos do condomínio.
Entre os líderes deste mercado está Maria Teresa Mendonça Dias, sócia da CIPA, uma empresa especializada em administração de condomínios, imóveis e também Corretora de Seguro. “A empresa foi fundada em 1954 e iniciou suas atividades administrando um condomínio em Vila Isabel, bairro da zona norte do Rio de Janeiro e logo se tornou uma grande referência do mercado imobiliário”, conta a executiva que foi eleita entre os 100 melhores administradores de condomínio do mundo. A honraria foi concedida pelo livro “The Best Building Managers in The World”, publicação internacional, lançada em julho deste ano, que reúne as melhores práticas do setor em todo o planeta.
Para Maria Teresa, que está no ramo condominial há 38 anos, o diferencial do seu negócio é a tradição e a cultura de inovação no mercado imobiliário. “Quando conclui o curso de Direito, comecei a trabalhar na CIPA Administradora no setor jurídico, atuei como juíza classista no Tribunal Regional do Trabalho, porém acabei optando por permanecer na empresa por gostar da área de gestão e dos desafios que a empresa de prestação de serviços nos traz diariamente”, lembra.
Segundo a empreendedora, o que a atraiu para o ramo condominial foram dois fatores: “a possibilidade de lidar com gente e os desafios de fazer sempre o melhor e entregar um bom serviço fazendo a diferença na vida das pessoas”, afirma.
O que faz uma boa gestão
“Gostar de gente, ter bom conhecimento de administração, gestão financeira e ser digital”, essas são as qualidades que Maria Teresa elenca para se tornar bom administrador de condomínios. Mas, também são necessárias soft skills (habilidades comportamentais) já que é uma função que lida com muitas pessoas. Por isso, é importante ter em mente que cada indivíduo ou núcleo familiar tem sua própria cultura, fruto de suas vivências, Sem esse olhar, pode ser um desafio ser o profissional condominial.
Outro ponto que destaca é a importância de uma gestão transparente para que os moradores entendam todo trabalho envolvido para manter as rotinas do condomínio. Essa atitude aumenta a conscientização de como a uma boa administração agrega valor ao seu imóvel a ao bem-estar de viver ali, aumentando sua satisfação e a percepção do valor que uma administradora agrega.
“Os desafios são diários. Neste mercado temos que estar sempre atentos às mudanças nas legislações tributárias, fiscais e trabalhistas que são uma constante, e estar sempre investindo em tecnologia, treinamento e buscando inovações que possam ajudar na rotina dos clientes e na operação da empresa”
As mulheres na liderança
Mesmo com recente pesquisa realizada pela Harvard Business Review, que mostra que as mulheres líderes se saem melhor em momentos de crise, o número de mulheres em cargos de liderança caiu. É o que mostra a pesquisa ‘Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil“, realizada pelo IBGE. De acordo com o levantamento, as mulheres ocupam 37,4% dos cargos gerenciais. Os percentuais anteriores mostravam que antes elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho.
Apesar dos obstáculos, a presença feminina é crescente no setor. Um exemplo é o crescimento do do número de síndicas, que hoje representa 51% das pessoas que ocupam este cargo – segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (ABRASSP).
“Os preconceitos ainda existem, não só no mercado imobiliário como em vários outros mercados, porém é mais praticado pelos mais velhos, sendo assim com as novas gerações isso vem diminuindo bastante” acredita. E completa: “Nós mulheres também estamos mais conscientes de nossos papéis e da nossa capacidade. Sabemos que somos capazes de conquistar o nosso espaço”.
Para ela, “todas e todos podemos assumir qualquer cargo que quisermos. Para isso, basta termos as competências, as características e habilidades necessárias para desenvolver o que cada função exige. Somos mais frágeis e mais fortes em algumas coisas; e somos melhores ou piores em outras, como qualquer ser humano”, explica.