O La Niña está de passagem pelo Brasil e segundo previsão meteorológica do ClimaTempo trará chuva acima da média, mais frequente e volumosa durante todo o mês de janeiro sobre os Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Distrito Federal. Um panorama que pode trazer dor de cabeça para os síndicos que não deram a devida atenção na impermeabilização de seus condomínios.
E isso se dá porque o concreto não é um material 100% impermeável e esse período de chuva intensa somando a uma má manutenção predial gera muitos problemas como o surgimento de manchas nos apartamentos da cobertura, goteira na garagem, mofo nas paredes e a pintura descascada na fachada.
“Pequenas infiltrações, mofo e bolor são como uma febre baixa que avisa ao corpo que temos um problema. E se não cuidarmos, teremos sérios desdobramentos. Manter a proteção da impermeabilização evita a aceleração dos desgastes e, em consequência, a necessidade de refazê-la”, afirma o coordenador da Cipa Síndica, Bruno Gouveia.
E ele tem razão. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), a cada dez pessoas que procuram produtos para esse tipo de obra, sete já estão com graves problemas de infiltração. Só para se ter uma ideia, o custo inicial da impermeabilização, varia de 1% a 3% do orçamento total, enquanto os gastos futuros, decorrentes da má impermeabilização ou da falta dela, podem superar os 12%. “Culturalmente essa obra é adiada e a falta de conhecimento e o custo, muitas vezes elevado pelo tempo sem intervenção, aumentam a complexidade. Para que isso não ocorra, precisamos ser assertivos na intervenção, pontual ou geral, para sanar o problema”, pontua o coordenador da Cipa Síndica.
Impermeabilização merece atenção
Encarada muitas vezes como uma obra dispensável, muitos administradores só lembram que precisam proceder à impermeabilização quando aparecem os problemas. No entanto, a prevenção é sempre o melhor remédio, inclusive para o bolso. E para ajudá-los nisso, conversamos com o engenheiro civil Deivid Menezes, que é especialista em patologias da construção, e atua na área de laudos, pericias e projetos.
Qual a periodicidade que deve ser realizada a impermeabilização de um condomínio?
Deivid Menezes: Existem diversos tipos de sistemas de impermeabilização, cada um com sua durabilidade, a norma NBR 15575 Desempenho das Edificações fala em durabilidade mínima de cinco anos para reservatórios como piscina e caixas d’água. Porém, o ideal é que as estruturas sejam inspecionadas por um profissional capacitado periodicamente. Inclusive é lei, em diversos municípios, a realização de inspeção técnica periódica, principalmente em edificações mais antigas.
Esse serviço pode ser feito no período de chuva?
Deivid Menezes: Dependendo do material utilizado e da intensidade da chuva sim, mas não é usual.
Quais são os riscos que a falta de impermeabilização pode trazer para um prédio?
Deivid Menezes: As infiltrações desencadeiam os processos de deterioração das estruturas, como a lixiviação do concreto e a corrosão das armaduras, o que acarreta em perda de desempenho, com carácter de evolução exponencial, tanto quanto aos custos para reparo quanto ao risco de acidentes.
Quais cuidados devem ser tomados para que a chuva não afete a estrutura de um prédio?
Deivid Menezes: A principal dica é que exista no condomínio um plano de manutenção eficiente, e que sejam seguidas as diretrizes desse plano. As manutenções preventivas ainda são a melhor forma de se evitar acidentes e de se economizar, pois reparos e manutenções corretivas são muito mais caros.
Cuidados na contratação de prestadores de serviço
O coordenador da Cipa Síndica, Bruno Gouveia, também reforça a importância de estar com a manutenção sempre em dia e realizar as obras com empresas especializadas para que a impermeabilização seja eficiente. Ele sugere que os síndicos pesquisem sobre as empresas e exijam delas certidões, documentos e atestados técnicos antes de fechar um contrato.
“O barato sempre sai mais caro quando o serviço é feito por aventureiros. Além disso, obras bem-feitas aumentam a longevidade do imóvel e melhoram a qualidade de vida dos moradores, visto que o excesso de umidade pode provocar uma série de problemas de saúde, em especial, os respiratórios”, finaliza Gouveia.
Uma ajudinha extra na manutenção predial
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